O cenário era antagónico face ao de 6 de maio de 2018, em que João Sousa entrou na sala de imprensa debaixo de aplausos dos jornalistas, depois de ter conquistado o título em Portugal. Esta quinta-feira, após a derrota frente ao belga David Goffin, nos oitavos de final do Millennium Estoril Open, João Sousa admitiu a superioridade do ex-top 10 mundial e lamentou não corresponder ao incentivo do público. Solução? “Trabalhar para no futuro fazer melhores semanas”.

David Goffin elimina João Sousa e garante apuramento para os quartos do Estoril Open

João Sousa admitiu a superioridade do adversário que “mostrou o porquê de ter estado no top 10”, num encontro em que o português diz não ter conseguido “encontrar soluções para tentar virar o jogo. Ele foi melhor, conseguiu jogar a um nível mais alto e é merecedor desta vitória”, resumiu o melhor tenista português no ranking mundial.

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A derrota que põe fim a uma série de seis jogos a ganhar nos campos do Clube Ténis do Estoril custa a ‘engolir’ ao tenista português, para quem “qualquer derrota é amarga”, mas que admite que “perder em casa com o publico a puxar por ti e não conseguir fazer um bom jogo” deixa uma frustração especial.

Quanto a David Goffin, que não tem atravessado a fase mais fulgurante da carreira, João Sousa diz que “jogadores como ele conseguem jogar bem em qualquer semana. Não quer dizer que amanhã jogue igual, mas esteve bem e só tenho que lhe dar os parabéns”, colocando o mérito no lado do adversário e não num mau encontro que possa ter feito. “Ele jogou muito bem. Hoje não consegui ser acutilante, ser agressivo, ele foi muito mais, eu estive sempre a defender e nunca comandei os pontos”, lamentou o tenista português que regista ainda assim a segunda melhor prestação neste torneio – com um troféu e três derrotas na ronda inaugural.

Goffin: “Tive sorte porque dei poucas hipóteses ao público de se entusiasmar ainda mais”

O belga David Goffin, no seu jeito introvertido, frisou mais que uma vez que “o jogo não foi nada fácil, apesar do resultado”. O carrasco de João Sousa elogiou o jogo do português e mostrou-se satisfeito pela sua forma de jogar em que soube “aproveitar os pontos importantes”.

O aproveitar os pontos importantes trouxe a David Goffin uma vantagem acrescida, tendo em conta que defrontava um tenista português, detentor do título e a jogar em casa. “Eu tive sorte porque joguei bem nos pontos decisivos porque se ele conseguisse aproveitar esses momentos ia ficar mais difícil. Assim, não dei grandes hipóteses ao público de ficar ainda mais entusiasmado e isso foi uma fator positivo”, disse o belga em resposta à dificuldade de jogar frente a um público que tem sido elogiado pelos tenistas ‘da casa’.

Goffin ‘fugiu’ ao frio de Munique – onde decorre um torneio do circuito mundial em simultâneo com o Estoril – e pediu um convite (wild card) ao diretor do Estoril Open, João Zilhão para procurar voltar ao nível a que se exibia anteriormente. “Joguei em Munique e está sempre frio, por vezes com neve. Aqui existem grandes condições e pedi um wild card para poder ir acumulando mais jogos”.

O belga está à procura de voltar à melhor forma – e ao melhor ranking, tendo em conta que ocupou o sétimo lugar da hierarquia mundial – e diz que “este tipo de jogos, num estádio grande, com pressão, são muito bons”. “Foram muitas mudanças e agora tenho que jogar para ganhar confiança”, disse o tenista que espera “poder acumular uma série de vitórias até ao final desta semana”, apontando assim a uma presença na final.