Há nomes que estarão sempre ligados à carreira de João Sousa no circuito mundial de ténis. Como Julien Benneteau, francês que derrotou em Kuala Lumpur, naquela que foi a primeira vitória em torneios do ATP em 2013. Ou Frances Tiafoe, americano que venceu no ano passado no Estoril Open, naquele que foi o primeiro triunfo de sempre de um português na principal competição nacional. Depois, há outros menos evidentes mas que não serão também esquecidos. Como David Goffin, belga que ocupa o 25.º lugar do ranking e que surgia na rota do vimaranense na segunda ronda do Estoril Open.

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O saldo entre ambos os jogadores nos seis confrontos que tiveram até ao encontro desta tarde é negativo para Sousa mas começou da melhor forma e num jogo marcante ainda na fase de qualificações que valeu ao português a primeira presença de sempre no quadro principal de um Grand Slam, em 2012, neste caso o Roland Garros (6-3 e 7-6). Depois, em piso rápido ou terra batida, Goffin ganhou as quatro partidas seguintes, incluindo a final do torneio de Metz em 2014; no ano passado, o vimaranense voltou a vencer e de forma categórica, cedendo apenas um jogo na primeira ronda de Miami (6-0 e 6-1).

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Como se percebe até pelo histórico entre os jogadores, o ténis ainda é muitas vezes o momento. E mesmo dentro de um jogo, esse momento pode ir mudando. No entanto, se é verdade que Goffin, de 28 anos, não atravessa a melhor fase da carreira (de recordar que foi à final do ATP Finals em 2017, perdendo com Dimitrov), teve uma grande tarde no Estoril, ganhando ao português com os parciais de 6-3 e 6-2 e garantindo a passagem aos quartos, onde irá defrontar o vencedor da partida entre Malek Jaziri e Leonardo Mayer, cruzando nas meias com Stefanos Tsitsipas ou João Domingues, único português em prova.

Depois de um primeiro jogo de serviço ganho com relativa tranquilidade, João Sousa teve grandes dificuldades perante o jogo de Goffin, forte e seguro do fundo de court que levou muitas vezes o português a ficar a olhar para as bancadas em busca da resposta para travar o ascendente do belga (que chegou a estar em sétimo do ranking) que chegou ao 4-1 no primeiro set com dois breaks consecutivos. O sexto jogo trouxe uma aparente viragem, com o português a fazer um break em branco mas a quebra dos serviços continuaria como tendência, com Goffin a fazer 5-2 no jogo de Sousa e Sousa a reduzir para 5-3 no jogo de Goffin.

O português conseguia abrir mais uma janela de oportunidade para lutar ainda pelo primeiro set, voltando a estar apenas com um break atrás, mas Goffin (com menos erros forçados e mais winners do que o opositor) voltou a ser muito cirúrgico no seu jogo, quebrando o serviço de Sousa mais uma vez e fechando em 6-3 um set que durou 35 minutos e que, de forma um pouco atípica, teve mais vitórias no jogo adversário do que no próprio jogo (seis breaks em nove).

No arranque do segundo set, David Goffin conseguiu aguentar o seu serviço e colocou João Sousa em dificuldades, beneficiando de dois breaks que o português conseguiu anular com algum dos melhores pontos no encontro. Uma vez, duas vezes: apesar dos problemas perante os winners e passing shots que o belga conseguia sacar (e que, numa ocasião, mereceram mesmo o aplauso de opositor), Sousa aguentou mais duas bolas de break e chegou ao 2-2 que o mantinha dentro do segundo set.

À terceira foi mesmo de vez e, depois de ganhar o seu serviço, Goffin conseguiu o break e fez o 4-2, que seria determinante para fechar o set e o encontro com 6-2, naquela que foi a oitava quebra de serviço da partida (sexta do belga).