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O que diz quem está contra e a favor da recuperação total das carreiras dos professores

Este artigo tem mais de 4 anos

Deputados socialistas falam em "eleitoralismo irresponsável" e Santos Silva alerta para aumento "brutal" da despesa. Cristas garante que medida aprovada "não acrescenta um cêntimo ao Orçamento".

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MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Menos de 24 horas depois da votação que aprovou a recuperação total dos nove anos, quatro meses e dois dias de carreira congelada aos professores, e que levou à reunião urgente do núcleo duro de António Costa, esta sexta-feira de manhã, vão-se multiplicando as reações de quem está contra e a favor da medida, alcançada depois de uma pouco habitual união dos partidos à esquerda e à direita.

Costa demite-se se for aprovada lei dos professores em votação final global

Só o PS votou contra a proposta conjunta de PSD, CDS, BE e PCP e, tirando o partido Aliança, de Pedro Santana Lopes, só membros do Governo e deputados socialistas têm vindo a manifestar-se contra o descongelamento integral do tempo de serviço dos professores — “irresponsabilidade” é uma das palavras mais utilizadas.

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Saiba o que dizem uns e outros.

Contra

  • Augusto Santos Silva

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, a votação na comissão parlamentar de Educação e Ciência foi “um espetáculo de absoluta irresponsabilidade orçamental“, sem qualquer tipo de “legitimidade política”, que implicará um aumento “absolutamente brutal” da despesa permanente, “na ordem das muitas centenas de milhões por ano”.

  • Carlos César

“É legítimo pensar-se que o PS não pode assumir responsabilidades de governo quando entende que as políticas a que fica obrigado tornam essa gestão insustentável”, disse o presidente e líder parlamentar do PS ao Público, aventando a hipótese de demissão do Governo na sequência da votação desta quinta-feira — que classifica de “inconstitucional”.

  • Partido Aliança

“Como fica demonstrado, em tempo de eleições vale tudo. Os partidos esquecem a responsabilidade e, em desespero, pensam apenas em votos”, disse em comunicado enviado à agência Lusa, a comissão executiva do partido liderado por Pedro Santana Lopes, lamentando o desfecho da comissão parlamentar que descreveu como o momento em que “a direita casou com a extrema-esquerda“.

  • Duarte Cordeiro

Para o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a ser implementado, o descongelamento integral das carreiras dos professores “terá um impacto brutal no Orçamento do Estado” e corresponderá ao “maior aumento de despesa da legislatura”. “É uma total irresponsabilidade do PSD. O PSD não pode às segundas, quartas e sextas dizer que é preciso mais contenção na despesa e, depois, aumentar assim a despesa pública”, disse, atacando diretamente o partido de Rui Rio.

  • Porfírio Silva

O deputado e secretário nacional do PS, visivelmente irritado, falou aos jornalistas e qualificou a decisão de PSD, CDS, BE e PCP de “absoluta irresponsabilidade”. Avisou ainda que a recuperação dos 9 anos, 4 meses e 2 dias coloca “em causa toda uma legislatura de recuperação de direitos e rendimentos”. Nas redes sociais, Porfírio Silva partilhou uma fotografia/meme que mostra as representantes de PSD, CDS, BE e PCP na reunião da especialidade — “O conluio da irresponsabilidade absoluta, ou quando a direita se une ao PCP e ao BE para dar cabo das contas certas”.

  • Filipe Neto Brandão

Também no Facebook, depois de partilhar a publicação de Porfírio Silva, o deputado socialista comentou assim: “Porfírio Silva apoda esta indecorosa cena de «aventureirismo politico». Eu chamar-lhe-ia antes a velha pecha do eleitoralismo irresponsável, que está aqui retratado em todo o seu esplendor: deputados do PSD e CDS acotovelam-se para disputar com PCP e BE um lugar na foto dos (ir)responsáveis por um acréscimo da despesa corrente (leia-se permanente) de cerca de 800 milhões/ano”.

A favor

  • Assunção Cristas

Recusando as acusações de irresponsabilidade que lhe têm, como aos restantes partidos, sido dirigidas pelo PS, a líder do CDS garantiu aos jornalistas que “o que foi aprovado não acrescenta 1 cêntimo que seja ao Orçamento” e contra-atacou acusando, por seu turno, o Governo de “desonestidade política e intelectual” e de “atirar areia para os olhos do povo”.  Cristas, para quem tudo isto não passará de uma “fantochada”, desafiou ainda o executivo de António Costa a apresentar uma moção de confiança: “O CDS está sempre preparado para eleições”.

  • Rui Rio

Em visita à Feira do Móvel, em Paços de Ferreira, o líder do PSD recusou todas as acusações de falta de coerência por parte do partido — “O PSD não votará nada que seja diferente daquilo que disse sempre” –, garantiu que a medida não terá “impacto orçamental” e acusou o Governo de encenar uma crise política. “Isto é um golpe de teatro porque a campanha eleitoral está a correr mal”, atirou, visivelmente irritado. “Eu não tenho duas caras nem ando a brincar com isto!

  • Fernando Negrão

“O PSD não se intrometeu naquilo que são as competências do Governo. Limitou-se a fazer aquilo que o Governo prometeu duas vezes e não cumpriu, que foi consagrar o tempo de serviço dos 9 anos, quatro meses e dois dias, e tem na sua proposta uma cláusula de responsabilidade que diz que nunca deve ser posta em causa a despesa corrente por causa do pagamento do tempo de serviço”, disse ao Observador o líder parlamentar do PSD. Sobre o pretenso clima de crise política resultante da votação na especialidade, Negrão foi taxativo: “O Governo está só a dramatizar para efeitos eleitorais. O pretexto é demarcar-se de uma eventual irresponsabilidade, mas a irresponsabilidade não é nossa“.

  • Catarina Martins

Via Facebook, a coordenadora do Bloco de Esquerda desvalorizou as reações dos socialistas e garantiu também que a medida aprovada esta quinta-feira “não representa qualquer acréscimo de despesa no ano em curso”: “A manhã parece marcada por tentativas de criar um ambiente de crise política. Esse ambiente é totalmente artificial“.

  • Pedro Filipe Soares

Para o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, “não faz nenhum sentido este Governo sentir-se colocado em causa”.  À TSF, Pedro Filipe Soares acusou o PS de querer “dar uma carga dramática ao momento que ele não tem” e garantiu que o descongelamento do tempo integral da carreira dos professores não só não aumentará a despesa prevista para 2019 como ficará até atrás daquilo que foi aprovado na Madeira e Açores, regiões onde o partido do Governo tem maioria absoluta.

  • João Oliveira

Em conferência de imprensa na Assembleia da República, o líder parlamentar do PCP garantiu também que a proposta aprovada esta quinta-feira não tem “qualquer impacto orçamental em 2019” e acusa o Governo de fabricar uma crise. “Só o calculismo eleitoral pode justificar que o Governo utilize a reposição de um direito consagrado nos orçamentos de 2018 e 2019 como pretexto para abrir um clima de crise e tentar impor retrocessos.”

  • CGTP

“A decisão que foi tomada pelos partidos da Assembleia da República foi justa, repôs aquilo que é justo aos professores e dá a hipótese de se programar a discussão no tempo”, disse à agência Lusa o secretário-geral da CGTP. Arménio Carlos aproveitou ainda para defender que o mesmo tratamento seja dado a toda a função pública.

  • UGT

“A UGT está satisfeita com esta decisão, que é o respeito pelas legítimas expectativas de quem lhes foi sonegado o direito de verem o seu tempo de trabalho contado para todos os efeitos, seja de carreira, seja de reforma”, disse à Lusa Carlos Silva, secretário-geral da central sindical.

[Demissão de Costa em suspenso. A crise política explicada em dois minutos]

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