As autoridades brasileiras realizaram esta sexta-feira em São Paulo uma grande operação para cumprir de ordens judiciais de prisões e buscas domiciliárias contra elementos do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior fação criminosa do país.

A operação Jiboia envolve mais de 500 agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) e da Polícia Militar, que cumprem 50 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão em mais de 20 cidades do estado de São Paulo.

Até ao final da manhã, 13 pessoas foram presas em flagrante. Informações divulgadas pelo Ministério Público de São Paulo destacaram que também foram apreendidos mais de um milhão de reais (225 mil euros) em dinheiro, sete armas, mais de 50 telemóveis, quatro balanças utilizadas para pesar droga e sete veículos.

Os alvos foram investigados ao longo dos últimos meses por exercerem as mais diversas funções na estrutura do PCC, como tráfico de drogas, recolha de armas, extorsão, julgamentos informais (“tribunais do crime”) e até funções de liderança.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Parte dos alvos integraram as atuais funções de comando e liderança da fação nas ruas, alçados a essa posição devido à transferência da cúpula para presídios fora do Estado de São Paulo, após decisão judicial no início deste ano que deferiu pedido feito pelo Gaeco”, frisou o Ministério Público.

Segundo as autoridades brasileiras, “esta é a primeira etapa de um trabalho que pretende manter a desestruturação da organização criminosa, iniciada com a transferência da cúpula para presídios fora do Estado de São Paulo”.

O subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais e Institucionais, Mário Sarrubbo, considerou que a “coordenação entre promotores de justiça, agentes de núcleos das mais diversas regiões, é fundamental para que o Ministério Público prossiga na sua estratégia de enfrentamento de forma mais integrada, moderna e ágil contra a maior fação criminosa do país”. “Dentro desta atual conceção, nos próximos dias parte dos aparelhos digitais e dos documentos apreendidos serão encaminhados para perícia com recursos tecnológicos mais avançados e modernos, permitindo espetro mais aprofundado e preciso de análise e cruzamento de dados”, concluiu.

Os presos vão responder por crimes de organização criminosa, tráficos de drogas, associação ao tráfico, sequestro e cárcere privado e branqueamento de capitais.