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Uns jogam, outros marcam. A Jonas, basta entrar (a crónica do Benfica-Portimonense)

Este artigo tem mais de 4 anos

Portimonense foi melhor durante uma hora e esteve em vantagem. Depois, Lage lançou Jonas. Rafa e Seferovic bisaram, Pizzi e André Almeida assistiram. E o brasileiro? Mostrou que faz sempre falta.

Jonas fechou as contas da goleada nos descontos, voltando a marcar após cerca de dois meses de jejum
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Jonas fechou as contas da goleada nos descontos, voltando a marcar após cerca de dois meses de jejum

LUSA

Jonas fechou as contas da goleada nos descontos, voltando a marcar após cerca de dois meses de jejum

LUSA

Quarto lugar, sete pontos de distância para a liderança, apenas 66,6% de vitórias no Campeonato, 31 golos marcados em 15 jogos. Era este cenário do Benfica no início do ano, após mais uma derrota frente ao Portimonense. Tudo correu mal nesse encontro, dos dois autogolos à expulsão de Jonas com auxílio do VAR. Uma volta depois, a realidade é diametralmente oposta para as águias, que deixaram depois dessa partida no Algarve de contar com Rui Vitória no banco para promoverem a subida de uma das maiores revelações da época no panorama nacional – Bruno Lage. Agora, os encarnados lideram, estão apenas a quatro pontos do título, tornaram-se uma verdadeira máquina goleadora. E Jonas, o suplente Jonas, também ajuda a explicar essa viragem.

Benfica esteve a perder mas goleia Portimonense em meia hora (5-1) e fica mais perto do título

Recuando a agosto, a saída do brasileiro chegou a parecer algo inevitável perante as propostas de milhões que chegava do Médio Oriente para um final chorudo de carreira. No entanto, tudo mudou: o avançado ficou, destacou a importância do Benfica na sua caminhada nos últimos anos e prosseguiu a recuperação aos problemas físicos que lhe retiraram os primeiros encontros da época. Começou a entrar na equipa à quinta jornada, como suplente utilizado; à nona, que coincidiu com uma derrota caseira frente ao Moreirense, foi primeira primeira vez titular no Campeonato e apontou o primeiro golo de uma série de seis jogos consecutivos na prova sempre a marcar. A seguir a essa expulsão em Portimão, entrou no onze apenas duas vezes.

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O banco ou a bancada nunca foram propriamente os locais mais confortáveis para o experiente jogador de 35 anos assistir aos encontros do Benfica. Muito menos era habitual ver o brasileiro nesse cenário – além de ter sido o melhor marcador da equipa nos últimos quatro anos, dava sinais de que continuava a ser aquele jogador que permitia às águias quase começar qualquer partida a ganhar por 1-0. Mas Bruno Lage alterou (com sucesso) o esquema tático, o modelo de jogo e as dinâmicas da equipa em nome do bem comum. Jogadores como Samaris, Pizzi e Rafa cresceram, outros como Salvio, Zivkovic ou Cervi perderam espaço. Tal como Jonas. Também aí, o ex-internacional provou a diferença entre um bom e um grande atleta. Perante os números de peso da dupla João Félix-Seferovic (o suíço necessita de 89 minutos para marcar na Liga, o português 114 – e estão no top 3 desta estatística), tentou ajudar de outra forma mas nem por isso “desligado” do grupo, como se percebeu na longa corrida de quase 100 metros que fez em Braga após o 3-1 de Rúben Dias para festejar um momento de viragem na partida.

Esta semana, o jornal Record avançou com uma hipótese que terá sido confidenciada pelo brasileiro a alguns companheiros de que esta poderia ser a sua última temporada. Se vai mesmo terminar, só o próprio saberá. Mas uma coisa é certa: mesmo tendo menos minutos de jogo, basta o brasileiro estar em campo para tudo mudar e foi isso que voltou a acontecer. Quando o avançado entrou, o Benfica perdia com o Portimonense e via os algarvios criarem oportunidades com facilidade sem que os encarnados tivessem muito jogo perto da área contrária; no final, acabou numa goleada em 5-1. Rafa e Seferovic bisaram, Pizzi e André Almeida voltaram a estar em destaque nas assistências. A Jonas, bastou entrar. E a movimentação da defesa algarvia no terceiro golo diz tudo – com as preocupações centradas no 10, Seferovic só teve de receber e rematar com sucesso.

Ficha de jogo

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Benfica-Portimonense, 5-1

32.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Jardel, Ferro, Grimaldo; Samaris (Jonas, 61′), Florentino Luís; Pizzi (Fejsa, 90+1′), Rafa; João Félix (Gedson Fernandes, 78′) e Seferovic

Suplentes não utilizados: Svilar, Taarabt, Salvio e Cervi

Treinador: Bruno Lage

Portimonense: Ricardo Ferreira; Vítor Tormena, Jadson, Rúben Fernandes, Lucas Possignolo, Henrique; Paulinho (Paulinho Boia, 82′), Pedro Sá, Dener (Ruster, 72′); Lucas Fernandes e Bruno Tabata (Bruno Reis, 90′)

Suplentes não utilizados: Gonda, Hackman, Felipe Macedo e Wellington

Treinador: António Folha

Golos: Bruno Tabata (53′), Rafa (62′ e 66′), Seferovic (84′ e 88′) e Jonas (90+2′)

Ação disciplinar: nada a assinalar

Enquanto no Benfica a única dúvida se prendia em torno do central que iria descair mais na direita para ocupar a vaga de Rúben Dias na equipa (e que levou a uma conversa de Lage com André Almeida, Jardel e Ferro para perceberem entre prós e contras qual seria a melhor solução – que recaiu no brasileiro, que não jogava no Campeonato desde Alvalade), o Portimonense, sem a referência ofensiva Jackson Martínez por motivos físicos, trouxe à Luz um onze com nomes habitualmente chamados por Folha mas que poderiam interpretar diferentes sistemas mudando no próprio jogo. Não se pode dizer que tenha sido propriamente uma surpresa, mas a verdade é que, no primeiro quarto de hora, conseguiu criar dificuldades aos encarnados não só na sua primeira fase de construção mas também no último terço defensivo, com Ferro a ter uma entrada mais titubeante com três perdas de bola na saída perante a boa pressão feita pelos algarvios em zonas mais adiantadas.

Seferovic, na primeira vez que o Benfica conseguiu explorar da melhor forma a profundidade (e, já agora, a única na meia hora inicial), surgiu isolado após um fantástico passe de João Félix mas, perante Ricardo Ferreira, tentou o chapéu que ficou nas mãos do guarda-redes dos algarvios (9′). Dois minutos depois, Bruno Tabata conseguiu inventar espaço na área encarnada, rematou para defesa de Vlachodimos e, na recarga, Dener atirou por cima quando estava sem oposição. O Portimonense, com muitos jogadores brasileiros com aquele toque de bola tão próprio de quem vem de escolas reputadas como a do São Paulo, conseguia ter mais posse e mais remates mas destacava-se, sobretudo, por cumprir o propósito de manter a bola longe da sua baliza e com qualidade – a isso aliava ainda o aproveitamento dos erros, com Florentino Luís a perder em zona proibida e Paulinho a assistir Dener para novo falhanço incrível quando estava isolado na área com tudo para inaugurar o marcador (22′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Portimonense em vídeo]

Aos poucos, o Benfica foi melhorando até agarrar no jogo. Subiu as linhas de pressão, bloqueando a saída dos algarvios na zona de construção, teve outra agressividade nas disputas de bola e aumentou a intensidade da própria partida. Pizzi, por duas ocasiões, teve remates com algum perigo para defesa segura de Ricardo Ferreira mas as aproximações iam sendo resolvidas pela defesa contrária, perante uma chuva de cantos sem resultados práticos que os encarnados foram ganhando até ao intervalo. No entanto, apesar desse crescimento, foi o Portimonense que voltou a beneficiar da melhor oportunidade para inaugurar o marcador, com Vlachodimos a defender para canto um remate de Bruno Tabata isolado nas costas de Ferro (41′). Se Pizzi era quase sempre a referência dos encarnados, o jogo dos visitantes passava de forma invariável pelos pés de Paulinho.

Com bola, o Portimonense às vezes até parecia estar demasiado longe para poder fazer aproximações com perigo à baliza de Vlachodimos mas, quando a bola chegava aos pés de Paulinho, as linhas de passe surgiam, as desmarcações aconteciam e o perigo era sempre uma possibilidade. Era nesta fase de construção que o Benfica teria de encontrar as respostas para acabar com as dúvidas que se começavam a levantar nas bancadas, até porque foi Pedro Sá, num cabeceamento quase de costas após livre lateral de Paulinho, a criar o primeiro lance de perigo da segunda parte (49′). Sentia-se o nervosismo na Luz e alguns jogadores, como Ferro ou Florentino Luís, não estavam nos melhores dias – longe disso. E seria pela sua zona que surgiria o golo inaugural dos algarvios, com Henrique a combinar com Bruno Tabata para o 1-0 apontado pelo avançado (53′).

Os minutos funcionavam como pior inimigo do Benfica, com demasiados erros “anormais” em 17 jogos com Bruno Lage em que ganhou 49 em 51 pontos possíveis. Aos 61′, Jonas entrou. No minuto seguinte, Rafa empatou. Aos 66′, os encarnados já estavam na frente – e pelo meio ainda houve mais uma oportunidade flagrante evitada por Ricardo Ferreira. Foi como um vendaval de futebol ofensivo que passou pela Luz durante menos de 300 segundos e mudou por completo o encontro, com o internacional português a ter o mérito de forçar o erro de Lucas e desbloquear emocionalmente uma equipa que estava amarrada a um conjunto algarvio sem medo de ter bola e jogar olhos nos olhos diante do líder do Campeonato.

O Portimonense ainda reagiu, com Tabata, Lucas Fernandes e Paulinho a continuarem a ter aproximações com perigo à baliza de Vlachodimos. E ainda houve uma bola perdida de novo em zona proibida, que só não resultou em golo porque Paulinho foi pouco expedito a passar a bola e permitiu um corte vital a Jardel. Mais um calafrio para uma defesa encarnada demasiado instável e que só acalmou quando o ataque deu uma ajuda: em três lances sempre pelo corredor direito (só muda o intérprete entre Pizzi e André Almeida mas é por ali que está sempre o ouro…), Seferovic bisou também em menos de cinco minutos e Jonas fechou as contas da goleada nos descontos em 5-1, num jogo com um resultado que em nada reflete o que se passou em campo mas que premiou a última meia hora do Benfica. Ou desde que o brasileiro entrou em campo, para ser mais específico.

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