As estatísticas são meros números mas podem representar muito mais do que isso – e basta ver a transformação do Benfica em termos ofensivos desde que Bruno Lage assumiu o comando da equipa, há exatamente uma volta, para se perceber isso mesmo. Contas feitas, as águias conseguiram nos 17 encontros com o novo técnico apenas menos um golo do que o FC Porto ao longo de 32 partidas ao longo de todo o Campeonato. Com isso, estão perto dos melhores ataques de sempre do clube na Liga.

Uns jogam, outros marcam. A Jonas, basta entrar (a crónica do Benfica-Portimonense)

O encontro com o Portimonense não foi propriamente fácil e a equipa teve de sofrer até arrancar uma meia hora de sonho em que fechou as contas com cinco golos na resposta ao inaugurar do marcador de Bruno Tabata. Os encarnados alcançaram a 12.ª goleada no Campeonato, nove com Bruno Lage já a orientar a equipa. E quando estamos apenas a duas jornadas do final da prova, os 96 golos apontados até ao momento colocam a presente temporada à beira de entrar no top 3 dos mais goleadores, a três da terceira melhor marca alcançada na longínqua época de 1946/47. Acima só mesmo 1963/64 (103) e 1972/73 (101), os dois únicos anos na história em que o Benfica conseguiu fechar a participação no Campeonato acima dos 100 golos.

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Em termos práticos, o triunfo desta noite aproximou também os encarnados do título, que pode mesmo chegar no próximo domingo dependendo de terceiros: caso o Benfica consiga vencer em Vila do Conde, o FC Porto não pode perder pontos na Madeira frente ao Nacional para levar a decisão para a última ronda; se as águias empatarem, necessitam de uma derrota dos dragões para fazerem a festa de imediato. Se nenhum destes cenários se vier a confirmar, o campeão será decidido na 34.ª e última jornada, com o Benfica a receber o Santa Clara na Luz e o FC Porto a defrontar o Sporting no Dragão.

“Foi difícil, como estávamos à espera. O Portimonense tem uma dinâmica muito forte e tem um jogador que equilibrou o jogo, o Paulinho. Foi uma primeira parte equilibrada, em que ambos tivemos ocasiões de golo. A segunda foi completamente diferente: começa com o golo do Portimonense e a partir daí foi tudo nosso. Fizemos a partir daí uma exibição fantástica. Marcámos muitos golos porque criamos muitas oportunidades de golo, o nosso posicionamento assim o favorece. O mais importante a salientar é a nossa vitória e uma reação à campeão ao golo sofrido. Seguimos em frente para nova final, diante do Rio Ave”, referiu Bruno Lage na flash interview da BTV, antes de abordar também o ambiente que se viveu na Luz.

“Emoção de André Almeida? É de vencer o jogo. O Portimonense estava a vencer e fizemos golos. Existe um sentido de família dentro do balneário, com forte ligação aos adeptos. O Portimonense marcou e os adeptos foram os primeiros a reagir. Sentimos que estamos todos ligados, dentro e fora de campo. É com esse espírito que temos de seguir em frente”, comentou em resposta a um final onde foi possível ver André Almeida de lágrimas nos olhos a agradecer aos adeptos, Ferro a mostrar-se também muito emocionado, Seferovic aliviado por ter quebrado o jejum de golos e bancadas eufóricas… a pedir o 37.º título.