A Jaguar foi a primeira marca de luxo a apostar nos eléctricos modernos ao conceber o i-Pace, um SUV ágil que surpreendeu o mercado, a começar pelos concorrentes alemães. Com excelentes características para circular fora de estrada, o modelo inglês é surpreendentemente eficaz em estrada, sendo divertido e rápido em condução desportiva, o que o torna muito desejado. Mas as vendas não reflectem esta realidade, o que o CEO da Jaguar Land Rover, Ralf Speth, confirma:

Há mercados, como o alemão, em que a procura é muito superior a nossa capacidade de produção.”

A realidade é que se a Jaguar concebeu um competente SUV eléctrico, a sua abordagem foi bastante conservadora, a começar desde logo por anunciar não pretender fabricar mais do que 15.000 unidades por ano. Como as suas linhas de produção não estão dimensionadas para tão pequenas quantidades, a construção do i-Pace foi contratada aos austríacos da Magna, que também fabricam o BMW Z4 e o Toyota Supra.

O eléctrico inglês que põe os alemães em sentido. E a Tesla

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À reduzida capacidade de produção de veículos junta-se a limitação das baterias encomendadas à LG Chem, que são caras por terem sido contratadas inicialmente em pequena quantidade e que, com o aumento de procura actual, o fornecedor sul-coreano não consegue incrementar. Isto explica o comentário de Speth:

Nos veículos eléctricos, o limite não é o número de carros que conseguimos produzir, mas sim quantas baterias conseguimos comprar.”

Foi para evitar esta limitação das baterias que a Tesla montou a sua própria fábrica, em colaboração com a Panasonic. E foi também por essa razão que a Volkswagen, que possui cinco fornecedores de baterias (com a LG Chem a ser o maior), decidiu avançar para uma fábrica própria de acumuladores, para já nos EUA, com os sul-coreanos da SK Innovation, e em breve na Europa. E o futuro não se apresenta risonho, pelo menos segundo o CEO da Jaguar Land Rover, que prevê “um incremento do preço das baterias, devido ao excesso de procura”.