A direção nacional da PSP decidiu abrir um inquérito interno à “intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam” onde três pessoas (dois homens e uma mulher) foram, alegadamente, vítimas de violência policial.  A notícia já tinha sido dada pelo Correio da Manhã mas a Polícia de Segurança Pública decidiu enviar um comunicado às redações este domingo para apresentar a sua versão do sucedido.

O acontecimento em questão decorreu este sábado, 4 de maio, pelas 23h35, na Rua João de Freitas Branco, zona onde se costumam concentrar as roulotes de comida e bebida em dias de jogo do Benfica. Várias horas depois do fim da partida em que as águias venceram o Portimonense por 5-1, um grupo de 50 pessoas alegadamente pertencentes à claque No Name Boys (afeta ao Sport Lisboa e Benfica) estaria perto de um desses pontos “a provocar ruído excessivo e a importunar as várias pessoas que ali permaneciam ou passavam”, lê-se no comunicado da polícia. Foi recebida uma queixa feita por “cidadãos”, um carro de patrulha foi enviado para “perceber os motivos das queixas” e a resposta fez-se sentir de “forma agressiva”.

De forma a controlar a situação foram requeridos os serviços das forças de intervenção policial e foi a partir daqui, quando os ânimos já estavam ainda mais exaltados, que tudo aconteceu. Segundo a polícia, elementos da PSP “devidamente enquadrados” decidiram fechar a roulote, “para evitar um escalar de animosidade no local”, e foi então que “10 a 15 indivíduos” dos cerca de 50 iniciais (os restantes dispersaram)  continuaram a “injuriar” e “hostilizar” as forças policiais, de tal forma que um sujeito em específico, ao ser “abordado por um elemento policial”, reagiu “de forma ofensiva e violenta” e foi detido.

Duas outras pessoas, um homem e uma mulher, assistiram à detenção e reagiram com violência — “o homem arremessou uma pedra contra um elemento policial, que lhe causou ferimentos numa perna “. Os agentes tiveram”necessidade de recorrer à força física para proceder ao seu controlo e posterior detenção” e, segundo o relatado no CM, foi aqui que a situação ficou mais agressiva ainda. O homem terá sido atingido várias vezes com cassetete e a mulher foi atirada ao chão (ambos já tinham antecedentes criminais por crimes de resistência e coação a agentes), de tal forma que tiveram de ser assistidos, disseram os próprios ao CM, no Hospital de Santa Maria — informação que a policia contradiz, explicando que “um dos detidos ferido numa mão” recusou-se “a receber assistência no hospital.”

Os detidos, que têm idades entre os 31 e os 42 anos, afirmam ter sido alvo de violência policial desnecessária e foram essas alegações que levaram ao tal inquérito interno. Entretanto, os detidos “foram constituídos arguidos, sujeitos a Termo de Identidade e Residência (TIR) e notificados para comparecerem em tribunal” na próxima segunda-feira.

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