O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou esta segunda-feira novos objetivos dos Estados Unidos no Ártico para fazer face à “atitude agressiva” da China e da Rússia na região, rica em recursos naturais e oportunidades económicas.

“O Ártico tornou-se um espaço de poder mundial e de concorrência, [mas] o facto de ser um local selvagem não quer dizer que deva tornar-se um lugar sem fé nem lei”, declarou Pompeo num discurso sobre a política do seu país para o Ártico, proferido em Rovaniemi, no norte da Finlândia.

O chefe da diplomacia norte-americana atacou em particular a “atitude agressiva” de Pequim e Moscovo na região, imediatamente antes de uma reunião ministerial do Conselho do Ártico em Rovaniemi. “A atitude agressiva da China noutros lugares dá-nos uma ideia da maneira como ela tratará o Ártico”, afirmou Pompeo. “Queremos que o oceano Ártico se transforme num novo mar da China meridional, cheio de esforços de militarização e de reivindicações territoriais rivais?”, interrogou-se o governante norte-americano, referindo-se aos objetivos expansionistas de Pequim no Sudeste Asiático a expensas dos seus vizinhos.

Pompeo condenou igualmente “as ações provocadoras” de uma Rússia cujo comportamento é também “agressivo”, criticando nomeadamente Moscovo por militarizar a região. “A Rússia já está a deixar na neve pegadas de botas”, observou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Administração do Presidente Donald Trump vai agora dedicar-se a combater estes dois países, disse o secretário de Estado. Os Estados Unidos “estão a realizar manobras militares, a reforçar a sua presença militar, a reconstruir a sua frota de navios quebra-gelo e a aumentar o financiamento das suas guardas-costeiras”, sublinhou. No plano diplomático, Washington “quer reforçar a sua presença em toda a região” e o “compromisso com os seus parceiros no Ártico”, indicou ainda o chefe da diplomacia, prometendo um anúncio durante esta semana.

O Conselho do Ártico é uma organização de cooperação regional que agrupa oito Estados, entre os quais os Estados Unidos e a Rússia, mas não a China, que apenas dispõe de um estatuto de observadora.

Segundo o site The Politico, poderá tratar-se de uma maior presença consular no território autónomo dinamarquês da Gronelândia, onde os Estados Unidos encerraram o seu consulado em 1953 e que Pompeo visitará na quinta-feira.