É uma longa lista que já vai em mais de 370 antigos procuradores federais dos Estados Unidos. Trabalharam com administrações democratas e republicanas, mas agora num documento que assinam estão juntos na mesma conclusão. Donald Trump seria acusado de obstrução de justiça, na sequência do relatório do procurador Robert Mueller, se não estivesse a ocupar o cargo de presidente dos Estados Unidos.

A tomada de posição, que pode ser consultado neste site, é subscrita por dezenas de funcionários públicos, mas também por procuradores que desempenharam cargos de grande destaque no país. E tenta rebater a conclusão do procurador-geral, William P. Barr, de que as informações reveladas no relatório do procurador especial, que investigou as interferências russas nas últimas eleições presidenciais, não são suficientes fortes para provar que Trump cometeu qualquer crime. O próprio Mueller recusou dizer quais consequências legais da investigação que conduziu, lembrando apenas que a tradição do departamento de justiça dos Estados Unidos é a de não acusar presidentes que estão a desempenhar o cargo.

“Cada um de nós acredita que a conduta do Presidente Trump, descrita no relatório especial do procurador Robert Mueller, no caso de qualquer outra pessoa que não estivesse protegida pela política de não acusar presidentes em exercício, teria como resultado várias acusações por obstrução de justiça”.

O documento sustenta que o relatório Mueller descreve várias ações que preenchem todas as condições para fundamentar uma acusação de obstrução de justiça ou tentativa de obstrução do processo de descoberta da verdade. Considera ainda que as provas da intenção de corromper e o envolvimento em tentativas para suspender os procedimentos, são “esmagadoras”.

  • Os esforços do Presidente para despedir Mueller e para falsificar provas para esconder esse esforço.
  • Os esforços do Presidente para limitar o raio da investigação para excluir a sua conduta.
  • Os esforços do Presidente para evitar que as testemunhas colaborassem com os investigadores que o estavam escrutinar e à sua campanha.  ·

Entre os signatários desta posição, estão vários procuradores que altos funcionários que foram nomeados pelo partido que apoia Trump. Bill Weld foi procurador e responsável pelo departamento de justiça na administração de Ronald Reagan, e está a disputar as primárias no Partido Republicano; Donald Ayer, foi procurador no tempo de George H.W Bush, outro presidente republicano; John S. Martin foi um juiz federal indicado para o cargo por dois presidentes republicanos; Paul Rosenweig foi consultor de Kenneth Starr, o juiz que investigou a conduta pessoal do antigo presidente democrata, Bill Clinton, na Casa Branca, no caso Monica Lewinsky.

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