Duas mulheres e um homem acusados pela coautoria dos crimes de sequestro e ofensas à integridade física qualificadas de uma cidadã britânica em 2015, no Algarve, conhecem esta terça-feira o acórdão no Tribunal de Portimão.

A leitura da sentença está marcada para as 13:30, no Juízo Central Criminal de Portimão.

As duas mulheres, mãe e filha, de 40 e 24 anos, respetivamente, e um homem, de 22 anos, estão acusados pelo Ministério Público (MP) de coautoria pelos crimes de sequestro e ofensas à integridade física qualificadas de Leighanne Rumney, no dia 26 de maio de 2015, cidadã britânica que trabalhava num bar de Albufeira, respondendo o homem também pelo crime de condução sem habilitação legal.

Contudo, nas alegações finais, o MP pediu apenas a condenação a pena de prisão de uma das arguidas, entendendo não existirem provas para condenar os restantes dois.

O MP considerou que a mulher mais velha demonstrou em audiência de julgamento que se encontrava à data dos factos na cidade de Dusseldorf, na Alemanha, através de um pedido de registo de casamento.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Dois funcionários do consulado português naquele país, ouvidos por videoconferência, confirmaram que “o registo foi feito e assinado presencialmente pela arguida na Alemanha”.

Quanto ao outro arguido, o MP alegou existirem dúvidas sobre a sua participação nos crimes.

O advogado de defesa pediu a absolvição de todos os arguidos por considerar não existirem provas para a sua condenação.

Em depoimento gravado para memória futura, Leighanne Rumney, agora com 22 anos, descreveu a forma como foi aliciada a entrar numa viatura em Albufeira e levada para um lugar ermo, perto da estação ferroviária de Alcantarilha, onde as duas mulheres a agrediram “a murro, pontapé e com golpes de tesoura e lhe cortaram o cabelo e as roupas”.

A vítima relatou ao tribunal que foi aliciada a entrar no carro sob o pretexto de “falar sobre o João”, um homem que conheceu no bar e que seria o companheiro de Eliana Carvalho, uma das arguidas.

A cidadã britânica disse que foi levada por estradas secundárias para um local com muita vegetação, onde ambas as arguidas a agrediram e rasgaram as roupas, deixando-a a esvair-se em sangue, com golpes por todo o corpo, tendo o homem ficado perto do carro.

Leighanne Rumney disse não se ter apercebido do número de golpes com que foi atingida e contou que, depois de os agressores a terem abandonado, se dirigiu para uma estrada para pedir ajuda.

No local, perto da estação ferroviária de Alcantarilha, a vítima foi auxiliada por várias pessoas, que alertaram as autoridades, sendo depois transportada para o hospital.