A Câmara de Alenquer está a investir cerca de 800 mil euros para inaugurar em 2020 o futuro Museu do Presépio e reabrir ao público o Museu Municipal Hipólito Cabaço, encerrado há uma década, disse esta terça-feira o seu vice-presidente.

Esta autarquia do distrito de Lisboa está em fase de assinatura do contrato com o empreiteiro que vai executar a empreitada de requalificação do edifício onde funcionou até 2009 o Museu Municipal Hipólito Cabaço para aí inaugurar em 2020 o Museu do Presépio, afirmou Rui Costa à agência Lusa.

No âmbito da intervenção, que está prevista decorrer durante seis meses, “o edifício vai ser todo requalificado tanto no interior, como no exterior, assim como um outro edifício anexo”, explicou o autarca. Com o projeto de musealização, o Museu do Presépio está orçado em cerca de meio milhão de euros, financiados em parte por fundos comunitários.

“Alenquer é conhecida como o Presépio de Portugal, tem uma ligação ao presépio desde o século XIII e era importante marcar a vida cultural da vila com um museu dedicado ao presépio para preservar essa memória”, justificou o também vereador da Cultura. Rui Costa lembrou que o primeiro presépio português terá sido encontrado em Alenquer e levado para o Museu de Arte Antiga, motivo pelo qual a câmara municipal está em negociações no sentido de integrar a peça no espólio do futuro Museu do Presépio.

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Em 1968, Alenquer passou a ter no alto da encosta da vila um presépio de figuras monumentais, encomendadas pela câmara municipal ao pintor Álvaro Duarte de Almeida, depois de as cheias do ano anterior terem destruído o presépio e deixado danos em toda a vila. A disposição do presépio na encosta da vila virada para o rio levou à denominação de “Alenquer vila presépio”.

O futuro museu vai ter um auditório, sala de projeção de filmes ou documentários e dois núcleos expositivos diferentes, para os quais estão a ser feitas recolhas documentais e pesquisas bibliográficas. O edifício, onde vai ser instalado o Museu do Presépio, albergou até 2009 o Museu Municipal Hipólito Cabaço. Contudo, o “espaço era desajustado e pequeno” para a coleção de 15 mil peças de arqueologia alusiva ao trabalho do arqueólogo Hipólito Cabaço, natural do concelho, e aos achados efetuados no concelho desde o período do paleolítico. A coleção foi adquirida pelo município em 1944, com o objetivo de vir a musealizá-la.

O Museu Hipólito Cabaço encerrou ao público há uma década e a coleção foi transferida há três anos para outro edifício, denominado Casa da Torre, antiga residência do arqueólogo Hipólito Cabaço, onde até há quatro anos funcionaram serviços municipais.

O novo projeto de musealização do Museu Municipal Hipólito Cabaço prevê a existência de dois núcleos, um dedicado à coleção arqueológica e outro dedicado às tradicionais Festas do Espírito Santo da vila.