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  • Azeredo Lopes na ronda final de respostas

    Em resposta à ronda final de perguntas dos deputados, Azeredo Lopes admitiu ter “ponderado muitas vezes” a demissão. O ex-ministro disse ainda que considera que a segurança dos paióis foi “muitíssimo reforçada, face ao estado em que o Governo anterior deixou”, numa critica ao executivo de Passos Coelho, quando era titular da pasta, José Pedro Aguiar Branco.

    No encerramento, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito recordou que o prazo para enviar questões ao Primeiro-Ministro — que responderá depois por escrito — é até esta quarta-feira às 18h.

  • E a reunião com António Costa que terminou em demissão?

    Neste momento decorre a terceira e última ronda de perguntas. Ainda ninguém perguntou pormenores sobre a reunião em outubro de 2018 com o primeiro-ministro António Costa, que terminou com a demissão do ministro da Defesa. Esta manhã de terça-feira, o chefe de gabinete de Costa afirmou que nessa reunião foi entregue o tão falado memorando ao ministro e que este terá sido discutido com Azeredo Lopes. Só depois ele se admitiu.

    Memorando de Tancos chega finalmente à comissão de inquérito. Chefe de gabinete de Costa entregou-o aos deputados

  • Era impossível António Costa não saber pela comunicação social

    O ministro que tinha a pasta da Defesa, quando se deu o furto em Tancos, lembrou também que apesar de nunca ter falado ao primeiro-ministro, António Costa, sobre as informações que lhe chegaram, durante esse anos foram publicadas centenas de informações sobre o caso. E dificilmente ele não terá ficado a par. “O número de informações que estão à disposição sobre este caso é avassalador. Mostra que era impossível não sermos convocados para o que estava a acontecer diante de nós”, disse.

  • Azeredo ficou à espera dos processos disciplinares

    O ex-governante volta a lembrar, como quem quer deixar bem claro, que soube da atuação da PJM pela própria então procuradora-geral, Joana Marques Vidal, a 18 de outubro de 2017, um ano antes da demissão. Nessa altura percebeu que a magistrada queria avançar com processos disciplinares contra os militares e até avisou o diretor da PJM, Luís Vieira, desse facto. Mas os processos disciplinares acabaram por cair, dando origem a processos-crime e a detenção acabaou por avançar em setembro de 2018, no âmbito da operação Hubris da PJ.

  • "Não considero que tenha faltado ao dever de diligência"

    Azeredo Lopes volta a lembrar que o contexto em que soube como a PJM tinha atuado foi “perturbadíssimo”. Depois de um verão de incêndios, da demissão da ministra da Administração Interna, de uma reunião em Bruxelas e, depois, a preparação para o Conselho de Ministros, “não considero que tenha faltado ao dever de diligência”, respondeu à deputada social democrata, Berta Cabral.

    A deputada ainda lhe perguntou se o seu chefe de gabinete não lhe devia, então, ter dado mais informações sobre o conteúdo do documento que lhe foi entregue pela direção da PJM. “A função de um chefe de gabinete é transmitir a informação fundamental que pode extrair daquela informação, senão não precisamos de chefes de gabinete, apenas de maquinas fotocopiadoras e a relação e confiança estabelecida é muito importante” disse. Voltando a salientar que dois dias antes dessa reunião soube da atuação da PJM pela própria Joana Marques Vidal, que fez a sua “avaliação sobre o achamento daquele material de guerra”. A única informação extra era a do informador, que resolveu guardar para si.

    Como já tinha respondido ao deputado Jorge Machado, do PCP, “nunca vi uma polícia normal dar a conhecer a existência de um informador”, nas suas investigações. Exceção feita, disse, para o caso de corrupção nas messes da Força Aérea. “O que não devia ter acontecido”, considerou.

  • "Não houve memorando nenhum, houve um documento apócrifo que me foi reportado"

    O ex-ministro da Defesa recusa chamar memorando ao documento que serviu de base à reunião do ex-diretor da PJM e o porta-voz com o seu chefe de gabinete. “Não houve memorando nenhum, houve um documento apócrifo que me foi reportado”, disse, desvalorizando o facto de nesse documento constar informação sobre o informador que dava conta da localização das armas e da chamada anónima simulada a partir da Margem Sul.

    Na verdade, disse, dois dias antes já “sabia o que a PJM tinha feito ao arrepio do MP”, depois de a então Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, lhe ter telefonado “incomodada” com o facto de a PJM não estar a cumprir o seu despacho que atribuía a investigação à PJ civil. E pelo facto de o diretor da PJM não lhe atender o telefone. já sabia “daquilo que a PJM fez ao arrepio do Ministério Público”.

    “E o que fez?”, perguntou-lhe o CDS, lembrando que logo de seguida houve um Conselho de Ministros. “Como eu já tive ocasião de dizer, na altura eu não tive conhecimento direto do documento”, disse, afirmando que só o fez recentemente — resposta que chocou o CDS, dada a gravidade do dossier de Tancos.

    “O que fiz foi verificar se a procuradora mantinha a intenção de avançar com procedimentos disciplinares”, rematou, referindo que no Conselho de Ministros transmitiu apenas o receio que o diretor e o porta-voz da PJM mostraram sentir naquela reunião, que lhe foi resumida pelo seu chefe de gabinete.

  • "Eu não padeço do síndrome de João Pinto, os prognósticos só no fim", ironizou

    Agora as perguntas vêm do CDS pela voz de Telmo Correia. Azeredo Lopes lembra-o que em agosto de 2017 de facto recebeu um memorando de Luís Vieira, diretor da PJM, com a sua posição jurídica sobre o facto da investigação da PJM ser da sua competência e não da PJ civil, sustentando essa posição com argumentos de um parecer de Rui Pereira. No entanto, não considerou que essa opinião / posição fosse perigosa ou indicasse que a PJM estivesse a fazer uma investigação paralela. “Eu não padeço do síndrome de João Pinto, os prognósticos só no fim”, ironizou.

  • "Tive conhecimento do informador e não transmiti ao senhor primeiro-ministro"

    “Tive conhecimento do informador e não transmiti ao senhor primeiro-ministro deste conhecimento lateral tendo em conta as circunstâncias”, diz Azeredo Lopes, recusando ter a informação de que a PJM encenou a operação da recuperação das armas, que constam no tal memorando.

  • "Eu não tenho memória de todo de algum dia ter lido" o memorando

    “Eu não tenho memória de todo de algum dia ter lido esse documento ante do dia 12 de outubro no momento anterior à minha demissão”, diz Azeredo Lopes relativamente ao memorando que foi esta terça-feira entregue na comissão. “Não tenho nenhuma memória de alguma vez ter visto esse documento fisicamente”, insistiu. Um documento que terá sido entregue pelo diretor da PJM, Luís Vieira, e pelo porta-voz Vasco Brazão, a 20 de outubro de 2017 ao chefe de gabinete do ministro da Defesa, o general Martins Pereira. O ex-ministro diz que se lembra de lhe terem passado a informação de que havia um informador que dizia onde estavam as armas e de que tinha havido uma reunião com a PJ que “tinha corrido muito mal”. “É curioso que esse conteúdo tenha sido estranhamente descrito com pormenores, com protagonistas numa peça muito completa de um jornal digital”, disse, referindo-se ao Observador. E que o agora diretor da PJ, Luís Neves, já veio desmentir.

    Investigação a Tancos. Uma guerra entre duas polícias

  • Ex-ministro da Defesa diz que não sabia de investigação paralela

    Azeredo Lopes diz que não teve conhecimento de qualquer investigação paralela por parte da Polícia Judiciária Militar ao furto a Tancos. Quando João Vasconcelos lhe pergunta se sabe do parecer de Rui Pereira que considera que a investigação era da competência da PJM, Azeredo Lopes dá uma resposta fria e seca: “Senhor deputado, qual é a pergunta? Está-me a pedir um parecer jurídico sobre o parecer jurídico do Dr. Rui Pereira? É que não estou habilitado para isso”.

  • Ministério da Defesa ofereceu ajuda para redigir comunicado

    Azeredo Lopes recorda o dia 18 de outubro, quando o material de guerra de Tancos foi recuperado na Chamusca. O ex-ministro diz que foi o general Martins Pereira, seu chefe de gabinete, quem lhe transmitiu essa informação “Fiquei muito satisfeito e a questão a partir daí foi saber quem é que ia dizer o quê”, responde ao deputado bloquista, João Vasconcelos. O ex-governante diz que ofereceu ajuda para apoio técnico na redação do comunicado oficial dando conta da operação. “O comunicado não foi condicionado pelo Ministério da Defesa”, ressalvou.

  • "Eu nunca admiti a hipótese de não ter havido um furto em Tancos", diz Azeredo Lopes

    O deputado João Vasconcelos (BE) recua a 10 de setembro de 2017 e lembra a entrevista que Azeredo Lopes deu à TSF em que disse: “no limite não existe furto nenhum”. Quer perceber em que é que o ex-governante se baseou para o afirmar. “Eu nunca admiti a hipótese de não ter havido um furto em Tancos”, começou por responder, lembrando o contexto da entrevista em que se falou da segurança nos paióis de Tancos. “Não é legítimo, não é honesto, extrapolar o contexto em que refiro esta situação”. “Não me passava pela cabeça pôr em causa a existência de um furto”, acrescentou, sugerindo ouvir a entrevista na íntegra.

  • Ministro da Defesa já está na sala

    O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, já está na sala. Não vai fazer qualquer declaração inicial. Vai começar por responder às perguntas do BE. Antes o deputado do CDS, Telmo Correia, pede para ver o memorando que foi esta manhã entregue pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro, Francisco André.

  • Que memorando é este?

    O ministro da Defesa demitiu-se a 12 de outubro de 2018, dois dias depois de um debate quinzenal em que a oposição pressionou o primeiro-ministro António Costa sobre o caso. Dias antes, o ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes tinha entregado ao Ministério Público um memorando que dava conta de desentendimentos entre a PJM e a PJ civil na investigação do caso, atribuída à PJ civil pelo Ministério Público.

    Esse memorando, um documento que não está assinado, nem timbrado, muito menos datado, teria sido entregue pelo próprio diretor da PJM e pelo porta-voz major Vasco Brazão — ambos arguidos na investigação da PJ no processo que investiga o furto e o achamento das armas e que conta com mais de uma dezena de arguidos, entre autores do furto propriamente dito a militares que andaram a investigar à revelia, tendo informações da localização das armas.

    O chefe de gabinete de Azeredo Lopes, general Martins Pereira, recusou na comissão de inquérito que tenha falado do conteúdo desse documento ao ministro da Defesa, contrariando a versão da PJM, que garantiu que nesse encontro telefonaram por whatsapp ao governante e o informaram do ocorrido. A própria então Procuradora-Geral, Joana Marques Vidal, falara com o ministro sobre o caso após o achamento das armas em outubro de 2017.

  • Azeredo Lopes já tinha sido ouvido em julho de 2017

    O início da audição está marcado para as 14h30. Esta não é a primeira vez que Azeredo Lopes fala aos deputados sobre o furto em Tancos. Em julho de 2017 o ministro foi ouvido quatro vezes. Na altura foi confrontado com temas mais relacionados com a segurança dos paióis e com uma informação que teria chegado à PJ meses antes e que dava conta de que poderia ocorrer um furto em instalações militares. Agora os deputados querem perceber se Azeredo Lopes sabia que a Polícia Judiciária Militar estava a fazer uma investigação ao furto, paralelamente à da Polícia Judiciária civil, e que a recuperação de armas resultou de uma operação encenada.

  • Boa tarde. O ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, será ouvido esta tarde de terça-feira na comissão parlamentar de inquérito que apura as responsabilidades políticas no caso do desaparecimento e reaparecimento do material de guerra que estava guardado num paiol de Tancos. O Observador irá acompanhar as perguntas dos vários partidos e as respostas do ex-governante, que se demitiu em outubro de 2018 na sequência deste caso.

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