Trata-se de um “Apelo Comum pela Europa pelos 21 Presidentes da República da União Europeia, antes das eleições de maio de 2019” e Marcelo Rebelo de Sousa é um dos subscritores. Numa declaração conjunta assinada por praticamente todos os países da União Europeia (exceto os que são Monarquias, como Espanha, e não Repúblicas), o Presidente da República português faz um apelo direto ao voto nas próximas eleições de 26 de maio, defendendo que a “Europa é a melhor ideia que alguma vez tivemos”, e que, por isso, é preciso defendê-la e dar-lhe força: “Apenas uma comunidade forte será capaz de enfrentar os desafios mundiais do nosso tempo”.

Os desafios, dizem, são muitos e ultrapassam as fronteiras nacionais: “os efeitos das alterações climáticas, do terrorismo, da globalização económica e das migrações”, bem como o facto de, “pela primeira vez desde o início da integração europeia, as pessoas falarem em reverter uma ou mais etapas de integração, tais como a livre circulação ou a abolição de instituições comuns”. “Pela primeira vez, um Estado-membro pretende sair da União”, lê-se na missiva, em tom de alerta. Por isso, os Presidentes de países como a Bulgária, República Checa, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, França, Croácia, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Áustria, Polónia, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Finlândia, além de Portugal, defendem que é preciso “trabalhar em conjunto, como parceiros iguais a nível institucional”.

Recordando que a União Europeia ajudou a concretizar a paz na Europa “depois de o nacionalismo desenfreado e de outras ideologias extremistas terem conduzido a Europa à barbárie de duas guerras mundiais”, os Presidentes das Repúblicas europeias alertam para o facto de esse perigo extremista não estar totalmente eliminado. Porque a paz e a liberdade, bem como a prosperidade e o bem-estar não devem ser tomados por garantidos. “É necessário que todos nos empenhemos ativamente nesta grande ideia de uma Europa pacífica e integrada”, dizem.

Até hoje, não podemos e não devemos tomar a paz, a liberdade, a prosperidade e o bem-estar como garantidos. É necessário que todos nos empenhemos ativamente nesta grande ideia de uma Europa pacífica e integrada”.

Na busca deste empenho coletivo, a missiva sublinha que as eleições deste mês são de “especial importância”, porque são os cidadãos destes países que decidem “qual o caminho que a UE deve seguir”. E isto, dizem, não é pedir muito, já que para os mais jovens — os que já cresceram integrados na União Europeia –, o sentimento de pertença é natural e enraízado. “Para muitas pessoas na Europa, particularmente entre a geração jovem, a sua cidadania europeia tornou-se como que uma segunda natureza. Não é para elas uma contradição o facto de amarem a sua aldeia, cidade, região ou nação e serem europeus empenhados”, lê-se.

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É por isso que os Presidentes explicam em uníssono qual o resultado prático da votação para o Parlamento Europeu: são “os deputados eleitos do Parlamento Europeu, juntamente com o Conselho da União Europeia, ou seja, os governos de todos os Estados-membros, que decidem que regras se devem aplicar na Europa e como é que o orçamento da Europa deve ser executado”.

Nem todos os partidos representados no Parlamento Europeu, nem todos os países, e nem todos os cidadãos europeus concordam na maneira de resolver os desafios que se colocam, mas é nessa diversidade de visões e opiniões, e não na adversidade entre uns e outros, que assenta a riqueza da União, defendem. “A Europa é capaz de suportar uma grande diversidade de opiniões e ideias, no entanto, não se pode certamente regressar a uma Europa em que os países já não sejam parceiros iguais, mas oponentes”, lê-se.

A nossa Europa unida precisa de uma forte votação pelos povos. É por isso que vos convidamos a exercer o vosso direito de voto. É o nosso futuro europeu comum que está no boletim de voto”, terminam.