A semana do Chelsea até começou bem (dentro do género, assumindo que a Premier League está entregue a duas equipas e o resto é paisagem para o último lugar do pódio), com a equipa a vencer o Watford por 3-0 em Stamford Bridge e a aproveitar a vaga de maus resultados de Tottenham, Arsenal e Chelsea para passar a depender apenas de si na luta pela terceira posição do Campeonato. No entanto, a confirmação por parte da FIFA da proibição de contratar durante as próximas duas janelas do mercado de transferências (ou seja, até ao verão de 2020) pode mexer com os planos a breve prazo dos blues. E com um nome em especial destaque neste contexto, como se percebeu esta noite: Eden Hazard.

O Chelsea e o amor à camisola (velha ou nova) que valeu a vitória na Alemanha

Com ou sem Maurizio Sarri – o italiano tem contrato mas não é líquido que permaneça nos londrinos –, o futuro do Chelsea iria sempre passar pelo internacional belga e passará agora a depender ainda mais perante a impossibilidade de renovar uma equipa com visíveis carências, seja no plano defensivo (o número de golos sofridos na presente temporada é anormal), seja na ligação de setores ao ataque que ficará sem o emprestado Gonzalo Higuaín. Problema? O número 10 termina contrato em junho de 2020 e parece mais interessado em ser já vendido do que em renovar contrato, preferindo render algum (bastante) dinheiro aos blues do que ficar mais um ano em Stamford Bridge – sempre com a possibilidade do Real Madrid à cabeça.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Durante uma primeira parte intensa e com um par de aproximações perigosas, foi dos pés de Hazard que nasceu o grande lance dos 45 minutos inicias, com uma jogada que deixou Abraham completamente baralhado no lado esquerdo do Chelsea antes do passe a rasgar para Loftus-Cheek que, descaído na área, colocou a bola em jeito sem hipóteses para Trapp (28′). Depois, o Eintracht ganhou outro critério nas transições, melhorou no sucesso das combinações ofensivas e aumentou a agressividade sobre a bola. Quase inspirados pelos fabulosos adeptos que voltaram a dar em Inglaterra uma prova de superação no apoio à equipa (afinal, o conjunto de Frankfurt é daqueles que coloca 10.000 pessoas na Allianz Arena de Munique mesmo quando está a lutar para não descer de divisão, como já aconteceu…), os jogadores dos alemães mudaram o jogo no segundo tempo.

Jovic, já se sabe, é um craque que continua a ser seguido por meio mundo (apesar das notícias que o colocam como certo no Real Madrid) e voltou a deixar marca, ao empatar o jogo e a eliminatória logo aos 49′, no seguimento de uma fantástica jogada ofensiva que deixou a defesa dos londrinos pregada às suas posições. Mas também há Rebic, o vice-campeão mundial de seleções que às vezes parece andar meio alheado do encontro mas quando aparece faz sempre mossa. E Kostic, um dos “carrascos” do Benfica na segunda mão em Frankfurt que é um faz tudo à esquerda que brilha como ala e deixa descansado qualquer lateral que jogue atrás de si. E Mijat Gacinovic, o jovem sérvio fantasista de 24 anos que os germânicos foram recrutar ao Vojvodina em 2015 e que tem sido um dos melhores médios ofensivos desta Liga Europa – e que somou mais uma assistência.

Jovic pode estar certo no Real Madrid e há 12 milhões de razões para o Benfica gostar da notícia

Nos minutos finais, o Chelsea conseguiu finalmente começar a sair com algum sentido em transições depois de largos minutos em que o Eintracht andou a rondar a baliza de Kepa e teve um remate perigoso, por Giroud. Ainda assim, e para se perceber o estado emocional dos visitados, Maurizio Sarri dirigiu-se quase descontrolado ao quarto árbitro por ter sido permitido ao Eintracht um canto com uns segundos passados depois dos cinco de compensação. O encontro iria mesmo para prolongamento, com o lateral Azpilicueta a ter uma boa hipótese no seguimento de um canto batido por Hazard (98′) antes dos grandes momentos do tempo extra, quando David Luiz e Zapacosta tiraram em cima da linha o golo a Haller com Kepa batido (100′ e 105′).

Na segunda parte do prolongamento, e como seria natural, as baterias do conjunto alemão acabaram de vez, com Hinteregger a servir de pronto-socorro de uma defesa onde Danny da Costa já tinha dificuldades até em correr. Zapacosta, num remate cruzado que Trapp desviou para canto, e Azpilicueta, que ainda empurrou a bola para a baliza do Eintracht mas depois de uma falta clara sobre o guarda-redes contrário (115′), tentaram evitar o desempate por grandes penalidades mas o encontro chegaria mesmo ao final com o empate a uma bola e a possibilidade de Kepa tentar inverter aquilo que tinha acontecido na final da Taça da Liga inglesa, quando recusou sair apesar do pedido de Sarri e sofreu um castigo interno na sequência do caso.

City vence Taça da Liga, Bernardo Silva conquista oitavo título da carreira – e Kepa vai passar mal…

Nos castigos máximos, Haller enganou Kepa com classe e fez o 1-0; Ross Barkley empatou a um (mandando calar de seguida os adeptos alemães que estavam atrás daquela baliza); Jovic apontou o 2-1 com o espanhol a tocar ainda na bola; Azpilicueta, de forma denunciada, permitiu a defesa a Trapp; De Guzman voltou a não dar hipóteses e aumentou para 3-1; Jorginho reduziu para 3-2; Kepa travou com a perna ao meio da baliza a tentativa de Hinteregger; David Luiz igualou as contas a três; Gonçalo Paciência voltou a permitir a defesa do espanhol; e Hazard fechou o desempate em 4-3 para o Chelsea, que vai agora defrontar o Arsenal na final da Liga Europa prolongando a série de 17 encontros consecutivos na competição sem perder depois do jogo decisivo também 100% inglês na Liga dos Campeões entre Liverpool e Tottenham.