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Vox felicita o Ramadão mas arrepende-se de seguida e apaga publicação do Facebook

Este artigo tem mais de 4 anos

O Vox de Melilha viu-se obrigado a apagar do Facebook a publicação porque se tornou num "campo de batalha", justificou o partido.

O partido vai deixar de se focar apenas nas redes sociais para comunicar, dando mais atenção à comunicação social clássica para chegar aos eleitores mais idosos
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O partido vai deixar de se focar apenas nas redes sociais para comunicar, dando mais atenção à comunicação social clássica para chegar aos eleitores mais idosos

CRISTINA QUICLER/AFP/Getty Images

O partido vai deixar de se focar apenas nas redes sociais para comunicar, dando mais atenção à comunicação social clássica para chegar aos eleitores mais idosos

CRISTINA QUICLER/AFP/Getty Images

Numa altura em que o partido de extrema direita espanhol percebeu que tem que mudar a sua política de comunicação e não se focar apenas na redes sociais, fechando a porta aos jornalistas como fez muitas vezes nas últimas eleições, o Vox de Melilha viu-se obrigado a apagar uma publicação no Facebook. O partido felicitava os muçulmanos pelo Ramadão, mas acabou por ser bombardeado com comentários pouco simpáticos, mesmo de outros colegas do partido. A publicação foi eliminada pouco depois por se ter tornado num “campo de batalha”, justificou depois o partido.

A cidade de Melilha situa-se num enclave espanhol do norte de África e uma minoria da população é muçulamana.

“Queremos felicitar a comunidade muçulmana da nossa cidade pelo início do mês sagrado do Ramadão. Estes dias são para estar em família. A família é o pilar que sustenta a nossa sociedade e é um nexo de união entre culturas religiosa, defendamo-la juntos”, lia-se na publicação feita a 5 de maio já eliminada, mas captada e guardada por alguns utilizadores e agora divulgada pelo El Mundo.

Os comentários não tardaram a multiplicar-se, uns atrás dos outros. “Não sejam demagogos sociais democratas”, “Não felicitam a páscoa aos católicos e felicitam o Ramadão aos muçulmanos”, interrogava um ouro utilizador. “Assim se perde credibilidade, se perdem filiados, se perdem seguidores e se perde o partido”, alertava um outro que se apresentava mesmo como administrador do Vox de Telde, nas Canárias, logo colega de partido.

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Os ataques foram-se reproduzindo até que o comentário foi eliminado e, esta quarta-feira, o partido acabou por explicar as razões.

Devido aos ataques e insultos que provocou a nossa iniciativa de felicitar o Ramadão (como fazemos com qualquer outra festividade religiosa, do mesmo modo que felicitamos a Páscoa ou a Semana Santa), decidimos eliminar a publicação, tanto do Twitter como do Facebook, porque se estava a tornar num ‘campo de batalha'”, justificou o Vox de Melilha.

E prosseguiu: “este é um claro exemplo de como a religião está está a começar a misturar-se perigosamente com a política em nossa cidade. Reafirmamos os nossos bons votos para a comunidade muçulmana, todos os espanhóis devem ser iguais, independentemente do nosso sexo, nossa etnia ou nossa religião”, clarificaram.

Mesmo assim, a publicação continua a conter comentários insultuosos ou de utilizadores revoltados com a felicitação. Numa delas há quem peça um exemplo ao partido para uma publicação em que tenham felicitado a Páscoa. E o Vox de Melilha responde, reproduzindo uma mensagem feita a 21 de abril em que, de facto, também felicita os católicos pela Páscoa.

Curiosamente, em março, o Vox e Melilha também acabaram nas notícias dos jornai, quando — a um mês das eleições — o líder do partido, Santiago Abascal, disse que ali se devia fazer um muro que separasse Melilha de Ceuta para conter a imigração vinda de África. Mais, que devia ser Marrocos a pagar essa muralha, para impedir a entrada de imigrantes em Espanha e, consequentemente, na Europa.

Vox muda política de comunicação

O partido liderado por Santiago Abascal decidiu agora mudar a estratégia de comunicação do Vox. Os resultados eleitorais determinaram essa mudança. Se até então o partido se focava nas redes sociais e no Whatsapp para fazer chegar as suas ideias ao eleitorado, recusando abrir as portas à comunicação social em conferências de imprensa ou de anunciar o que ia fazer, fontes do partido garantiram ao El Mundo que isso vai mudar. E já a tempo das eleições para o Parlamento Europeu.

Santiago Abascal chegou a dizer que nunca mudaria a forma de comunicar do partido, mas agora foi o primeiro a assumir que só assim chegaria às camadas mais velhas. “Provavelmente temos desvalorizado a capacidade dos meios de comunicação para conformar a opinião pública”, disse numa entrevista após os resultados eleitorais. Na última terça-feira houve mesmo uma reunião no Comité Nacional Executivo do partido em que se discutiu a necessidade de recorrer mais aos media, porque as mensagens nas redes sociais depressa são distorcidas e “caricaturadas”, ajudando o público a recear o Vox e a aproximar-se mais dos partidos da esquerda. Assim, o partido vai tentar estar presente nos meios de comunicação social e explicar melhor o seu programa eleitoral.

E a mudança já se fez sentir esta quarta-feira, quando o partido divulgou em comunicado as linhas chave para a campanha para o Parlamento Europeu, o que não fez para as eleições que ocorreram no último dia 28 de abril.

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