Nunca o Banco de Portugal tinha dado tanto dinheiro ao Estado num só ano. A entidade liderada por Carlos Costa revela que entrega ao Estado este ano 645 milhões de euros em dividendos, mais 12o milhões do que no ano anterior e mais 17 milhões do que o esperado pelo ministro das Finanças no OE/2o19.
No entanto, os cofres do Estado recebem um total de 1.003 milhões de euros, quando adicionados os impostos sobre o rendimento do Banco de Portugal relativos a 2018 (359 milhões de euros). A diferença face ao ano passado atinge os 206 milhões de euros.
Ao longo da última década, os dividendos entregues pelo Banco de Portugal totalizam 2.893 milhões de euros. Como é possível constatar no gráfico, é o quarto ano consecutivo de aumento dos dividendos. Passe o cursor por cima das barras para perceber os valores.
O Relatório de Atividade e Contas de 2018 indica que o resultado líquido do supervisor atingiu 806 milhões de euros no ano passado (face aos 656 milhões de 2017), em grande medida por causa dos resultados obtidos com o investimento em dívida pública portuguesa, feito ao abrigo do programa de obrigações do Banco Central Europeu. No total, arrecadou 1.065 milhões de euros na rubrica de margem de juros (mais 55 milhões de euros face a 2017).
No lado da despesa, destaque para os gastos administrativos, que somam 206 milhões de euros (menos 0,8% do que em 2017), dos quais 138 milhões de euros em pessoal.
Governo tapa défice com dividendos do Banco de Portugal. Qual é o perigo?