A 58.ª Bienal de Arte de Veneza, em Itália, abre este sábado ao público e anuncia o palmarés do certame, este ano com o tema “Tempos Interessantes”, apresentando projetos de 91 países, entre eles Portugal, Brasil e Moçambique.

A cerimónia de apresentação do palmarés – cujo maior prémio é o Leão de Ouro – está prevista começar às 11:00 (10:00 em Lisboa), segundo a organização do certame dedicado à arte contemporânea.

A exposição da representação de Portugal na Bienal de Arte de Veneza 2019 teve a sua pré-inauguração na quarta-feira, no Palazzo Giustinian Lolin, em Veneza, onde ficará ao longo do certame, até 24 de novembro.

Em declarações recentes à agência Lusa antes da inauguração, a artista Leonor Antunes definiu a exposição como “uma segunda pele” criada naquele palácio histórico, onde nasceram diálogos entre a sua obra e a cidade.

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“Esta exposição é importante porque descobri coisas novas no meu trabalho, aprendi coisas novas”, disse a artista à Lusa, questionada sobre qual o valor pessoal, na carreira artística, quanto à presença na Bienal de Veneza.

A artista de 47 anos, que reside em Berlim há 15 anos, foi escolhida pelo curador João Ribas para criar um projeto de representação oficial portuguesa.

Intitulado “a seam, a surface, a hinge or a knot” (“uma costura, uma superfície, uma dobradiça ou um nó”, em tradução livre), o projeto resulta de uma pesquisa que tem vindo a realizar já há alguns anos, em anteriores exposições que fez em Milão e Veneza, sobre o trabalho de figuras importantes no contexto da arquitetura de Veneza, nomeadamente Carlo Scarpa, Franco Albini e Franca Helg e, mais recentemente, as arquitetas Savina Masieri e Egle Trincanato.

As obras em escultura, que vai apresentar no interior de três salas do edifício, foram feitas em oficinas de carpintaria, em metal, cortiça, cabedal e vidro, em Veneza, Berlim e Lisboa.

Também em Veneza, a artista portuguesa Joana Vasconcelos irá inaugurar hoje uma exposição num programa cultural paralelo à bienal, intitulada “What are you hiding? May you find what you’re looking for”, comissariada por Nina Moaddel.

A exposição, que fica patente até 01 de novembro, apresenta duas obras no exterior, em frente aos jardins do San Clemente Palace Kempinski: “I’ll Be Your Mirror”, uma máscara veneziana gigante feita de espelhos, peça central da recente individual da artista no Museu Guggenheim Bilbao, e “Betty Boop”, da série “Sapatos”.

O artista plástico luso-luxemburguês Marco Godinho foi escolhido para representar o Luxemburgo na bienal e o artista angolano Nástio Mosquito irá apresentar uma performance que abre os “Encontros sobre Arte” um dos programas culturais paralelos.

A 58.ª Exposição Internacional de Arte tem curadoria do britânico Ralph Rugoff, diretor da Hayward Gallery, em Londres.