Angola propôs, esta segunda-feira, a São Tomé e Príncipe acordos para a “promoção e afirmação” das relações de cooperação nos setores das pescas, hotelaria e turismo, transportes, petróleos, segurança e defesa e na área de investimentos.

“Temos a obrigação de criar as condições que nos permitam, num curto espaço de tempo, identificar e enquadrar de forma eficiente as potencialidades e desafios de cada um, com vista a obter vantagens recíprocas que levarão à promoção e à afirmação das relações de cooperação a todos os níveis, no setor económico e político-diplomático, com particular realce para os setores das pescas, hotelaria e turismo, transportes, petróleos, segurança e defesa e na área de investimentos”, disse esta segunda-feira em São Tomé o secretário de Estado angolano da cooperação internacional e comunidades.

Domingos Vieira Lopes chefia uma delegação angolana de cerca de 20 membros que chegou nas primeiras horas desta segunda-feira para uma visita de três dias a São Tomé e Príncipe a convite do Governo são-tomense. A comitiva angolana integra representantes de todos os setores do executivo angolano e também do setor privado. “Os nossos dois países têm vindo a desenvolver ao longo dos anos uma cooperação assente em fatores políticos, históricos, culturais e geográficos”, disse. “O consenso que iremos alcançar com a realização dos nossos trabalhos deverá assegurar aos nossos superiores hierárquicos as esferas prioritárias que conduzam à materialização dos objetivos preconizados e à harmonização de políticas setoriais para o desenvolvimento recíproco”, acrescentou o governante angolano.

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Domingos Vieira Lopes disse ainda que Angola tem “consciência dos problemas que São Tomé e Príncipe tem vindo a enfrentar”, sublinhando, entretanto, que “o atual momento político, económico, social e financeiro” dos dois países exige “muito dinamismo no processo de identificação das potenciais áreas de interesse comum e a sua transformação em capacidades no contexto do desenvolvimento sustentável” dos dois Estados.

A ministra são-tomense dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto, disse, por seu lado, que o seu Governo “pretende marcar um período de relações bilaterais com a República de Angola, uma nova era e uma nova parceria que se assenta no benefício mútuo”. As propostas do Governo para estas negociações assentam no aprofundamento do relacionamento da irmandade entre os dois Estados, com destaque para a facilitação da integração das diásporas dos dois países para ter acesso à educação, saúde e emprego em pé de igualdade com os nacionais. Elsa Pinto adiantou que o executivo são-tomense quer igualmente dinamizar o comércio entre ambos os países, incentivar o investimento direto estrangeiro angolano, prometendo, nesse âmbito, “dar corpo as iniciativas já existentes dos empresários ou da federação angolana dos empresários”.

O executivo são-tomense vai propor ainda a Angola, durante essas negociações, o acesso ao espaço geoestratégico e geográfico são-tomense do Golfo da Guiné. Com esta iniciativa, o executivo pretende “trabalhar com Angola” para que o arquipélago “seja o veículo de acesso pleno de Angola no Golfo da Guiné, uma região que todos presumimos de grande utilidade e importância estratégica, económica, militar e diplomática”. Mas, para isso, o executivo são-tomense deseja o “aprofundamento do diálogo político” com a outra parte, principalmente no que respeita a agenda internacional, designadamente as reformas em curso nas várias instâncias das organizações internacionais.

O secretário de Estado angolano da Cooperação Internacional e Comunidades foi recebido esta segunda-feira pelo primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.

Fonte ligada às negociações disse à Lusa que, além de se debruçarem sobre dossiês no âmbito da cooperação bilateral entre os dois países, as partes irão preparar a visita a São Tomé e Príncipe dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros de Angola, que poderá ocorrer ainda antes do final deste mês.