Os Estados Unidos da América anunciaram esta quarta-feira que suspenderam todo o tráfego aéreo com a Venezuela devido a “ameaças de segurança”, avança o El Pais.  A suspensão abrange o tráfego comercial de passageiros e de mercadorias. O anúncio foi feito pelo Departamento de Segurança Nacional norte-americano.

“O Departamento do Interior concluiu que o estado atual da Venezuela representa uma ameaça à segurança dos passageiros, aeronaves e tripulação que viaja para ou desde o país. O interesse público requer uma suspensão imediata de todos os voos comerciais de passageiros ou mercadorias entre Estados Unidos e Venezuela”, refere em comunicado o Departamento de Transportes.

A informação detalhou que a suspensão dos voos permanecerá “em vigor indefinidamente” e que os departamentos de Estado, Transportes e Segurança Nacional continuarão a supervisionar as condições no país e que irão rever a medida se se alterarem.

Num outro comunicado, o Departamento de Transportes explicou que a lei federal autoriza a suspensão dos serviços de companhias aéreas estrangeiras e norte-americanas entre os Estados Unidos da América e um país estrangeiro quando há condições em aeroportos que ameaçam “a segurança de passageiros, aeronaves ou tripulações”. Esta medida acresce à já tomada pela Administração Federal de Aviação que proibiu operadores de aeronaves e pilotos certificados pelos Estados Unidos de voarem abaixo de 26.000 pés sobre território venezuelano, “também por razões de segurança”.

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Várias companhias aéreas estão a deixar de voar para a Venezuela, devido à crise que o país atravessa. A 28 de março, a American Airlines anunciou a suspensão indefinida dos voos para o país. A American Airlines era a única grande companhia aérea dos Estados Unidos que mantinha os seus voos para a Venezuela a partir de Miami, depois de a United e a Delta terem suspendido os seus serviços em 2017. A Lufthansa, a Dynamic, a Air Canada, a Aeroméxico, a Alitalia e a Avianca também estão entre as companhias que suspenderam os voos para a Venezuela nos últimos anos.

A medida do Governo norte-americano é mais uma prova da oposição dos Estados Unidos ao regime de Nicolás Maduro. A decisão surge um dia depois de os serviços secretos venezuelanos terem cercado e invadido a Assembleia Nacional, orgão liderado por opositores de Nicolás Maduro.

Washington e Caracas suspenderam as relações diplomáticas depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter reconhecido o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Além desta decisão, a administração de Trump anunciou várias sanções contra funcionários e familiares de pessoas ligadas ao Governo do presidente Nicolás Maduro, que, por seu lado, acusou os Estados Unidos de intervir nos assuntos internos do seu país.

Artigo atualizado às 22h50