Caravelas-portuguesas deram esta semana à costa em praias de Cabo Verde, alertou uma associação ambientalista, indicando que o fenómeno acontece devido ao mar revolto e às correntes que se fizeram sentir nos últimos dias.

O Movimento Contra a Poluição em Cabo Verde (MCPCV) referiu que a espécie surgiu na praia de Kebra Canela, na cidade da Praia, no último domingo, mas alertou que também pode estar em outras praias das ilhas cabo-verdianas. “Venho por este meio alertar os banhistas e nadadores para terem atenção com o aparecimento da espécie caravela-portuguesa nas nossas praias”, escreveu o movimento ambientalista na sua página no Facebook, ilustrando a publicação com fotos da espécie na praia de Kebra Canela.

IPMA alerta para presença de caravela-portuguesa em toda a costa

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De nome científico Physalia physalis, o organismo gelatinoso apresenta um flutuador em forma de “balão” de cor azul e, por vezes, de tons lilás e rosa.

O grupo aconselhou os banhistas e nadadores a não tocarem nesta espécie, mesmo quando aparenta estar morta na praia. “Os seus tentáculos têm uma cor bastante atrativa, azul, lilás ou rosa, e mudam de tonalidade. As pessoas e as crianças que não a conhecem podem ir brincar ou apanhá-las”, alertou. Em caso de contacto com os tentáculos de uma caravela-portuguesa, a zona afetada deve ser bem limpa com água do mar e devem ser retirados quaisquer pedaços de tentáculos que possam ter ficado presos na pele, explicou o MCPCV. “Além destes cuidados pode ainda ser aplicado vinagre e bandas quentes”, acrescentou a organização, recomendando que se procure assistência médica.

Há um ano, a associação ambientalista cabo-verdiana Biosfera I também informou que centenas de caravelas-portuguesas deram à costa das ilhas de Santa Luzia e São Vicente.

Os ambientalistas referem que a espécie aquática parecida com a alforreca tende a aparecer com maior incidência devido ao aumento da temperatura dos oceanos.

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) portuguesa descreve a caravela-portuguesa como um organismo que vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás, cujos tentáculos podem atingir os 30 metros, sendo o seu veneno muito perigoso.

Na terça-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou para o aparecimento da espécie em toda a costa de Portugal, incluindo Açores e Madeira.