O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse esta quinta-feira que o futuro sistema de imigração irá favorecer os trabalhadores qualificados, considerando que o modelo atual está distorcido por pedidos de asilo “fantasiosos”.

Na apresentação do novo plano de imigração, em Washington, Trump afirmou que quer um sistema baseado no “mérito” e aumentar a proporção de imigração altamente qualificada de 12% para 57%, com o objetivo de reforçar a competitividade do país. “O nosso plano será admirado no mundo inteiro”, garantiu Donald Trump sobre a iniciativa, que deverá ser difícil passar no Congresso.

Até agora o sistema imigratório dos EUA favorece o reagrupamento familiar, o que segundo as autoridades norte-americanas dá origem a 66% de green cards (carta verde na tradução para português), o cartão de residência permanente nos Estados Unidos.

“O nosso plano é pró-americano, pró-imigrantes e pró-trabalhadores”, referiu Donald Trump. Para o presidente dos Estados Unidos da América, atualmente, aqueles que fazem pedidos de asilo legítimos estão a ser substituídos pelos que fazem “pedidos fantasiosos”. Trump quer ainda que seja obrigatório aprender inglês para os imigrantes e que estes passem um teste de educação cívica para poderem residir no país.

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O novo plano não inclui medidas para proteger as centenas de milhares de jovens imigrantes ilegais, conhecidos como “sonhadores”, que foram trazidos para os EUA ilegalmente quando eram crianças. “Todos os planos que incluíam esse programa falharam”, justificou esta quinta-feira a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, referindo-se a anteriores tentativas para compatibilizar planos de imigração com a proteção dos “sonhadores”.

Um grupo de trabalho, liderado por Jared Kushner, assessor e genro de Donald Trump, preparou um novo plano de imigração centrado no reforço de segurança nas fronteiras e na reformulação do sistema de carta verde. O plano ainda não tem a aprovação do Partido Republicano, de Trump, e muito menos parece gozar da simpatia do Partido Democrata, antevendo-se grandes dificuldades na sua aprovação em Congresso, nomeadamente por causa da questão dos “sonhadores”.

A reforma da atual lei de imigração tem sido discutida no Congresso nas últimas três décadas e meia, sem sucesso, pela dificuldade de compatibilizar as posições do Partido Republicano e do Partido Democrata.

A um ano de eleições e perante as divergências entre os dois partidos sobre as posições de Donald Trump sobre a imigração, dificilmente este novo plano será adotado, antevendo-se mais um fracasso negocial no Congresso.

Sobre a construção de muros em algumas partes da fronteira com o México, medida que tem tido a contestação e rejeição firme por parte do Partido Democrata, a líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, tem repetido várias vezes que nunca será aprovada com os votos dos Democratas.

A Casa Branca já tinha confirmado a ausência de medidas para proteger os “dreamers”

A Casa Branca já tinha confirmado que o novo programa não inclui medidas para proteger os jovens imigrantes ilegais, conhecidos como “sonhadores”. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que o programa que protege centenas de milhares de jovens imigrantes que foram trazidos para os EUA ilegalmente quando eram crianças, conhecidos como “sonhadores”, não faz parte do novo plano de imigração. “Todos os planos que incluíam esse programa falharam”, justificou Sarah Sanders, referindo-se a anteriores tentativas para compatibilizar planos de imigração com a proteção dos “sonhadores”.

Também o líder da minoria Democrata no Senado, Chuck Schumer, criticou a Casa Branca por nunca ter envolvido o seu partido nas negociações sobre o novo plano para a imigração.