O Reino Unido elevou o nível de alerta para os britânicos no Iraque devido à escalada da tensão entre o Irão e os Estados Unidos, noticia esta quinta-feira o canal de televisão britânico Sky News.

Segundo a mesma fonte, as forças britânicas e os seus diplomatas na Arábia Saudita, Kuwait e Qatar também foram colocados num estado mais elevado de alerta.

O Ministério da Defesa britânico recusou-se a comentar a informação avançada pelo canal de televisão. No entanto, o Ministério reconheceu, na quarta-feira, que há ameaças na região às forças britânicas, norte-americanas e de coligação e estão a agir em conformidade.

O Ministério afirmou que “a segurança dos funcionários e dos ativos destacados está sob constante revisão” e que tem “um conjunto muito robusto de medidas de proteção”. O Ministério da Defesa diz que o Reino Unido tem sido há muito tempo “claro sobre [as suas] preocupações com o comportamento desestabilizador do Irão na região”.

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A raiz do recente aumento das tensões no Golfo Pérsico parece ser a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar há um ano os Estados Unidos do acordo nuclear do Irão com as potências mundiais (assinado em Viena, em 2015), além das sanções impostas a Teerão para paralisar a sua economia. Em resposta, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei emitiu uma ameaça velada na terça-feira, dizendo que não seria difícil para a República Islâmica enriquecer o urânio para armas.

Na quarta-feira, o Departamento de Estado norte-americano ordenou que todos os funcionários não essenciais do Governo deixassem o Iraque (país vizinho do Irão), além disso a Alemanha e a Holanda suspenderam os seus programas de assistência militar no país, no mais recente sinal de tensão.

Na semana passada, autoridades dos EUA disseram ter detetado sinais de preparativos iranianos para potenciais ataques a forças e interesses norte-americanos no Médio Oriente, mas Washington não forneceu publicamente qualquer evidência para respaldar as alegações de um aumento da ameaça iraniana.

O Irão ameaçou recentemente retomar o enriquecimento, a partir de 7 de julho, além do nível permitido pelo atual acordo entre Teerão e potências mundiais. Os EUA abandonaram o acordo no ano passado, reimplantando sanções que penalizam países e empresas globais que fazem negócios com o Irão.

Embora o Irão mantenha o seu programa nuclear para fins pacíficos, os cientistas dizem que o tempo necessário para atingir o limite de 90% para o urânio para uso militar é reduzido pela metade, uma vez que o urânio é enriquecido em cerca de 20%.