O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta sexta-feira que a crise económica que o país atravessa, e que levou o seu Governo a adotar políticas de contenção de gastos, é uma “herança dos rombos causados pelo Partido dos Trabalhadores”.

“Temos trabalhado de modo a conter esses problemas (económicos), que são herança dos rombos causados pelo desgoverno do Partido dos Trabalhadores (PT), e manter, na medida do possível, o destino dos recursos para áreas essenciais, mesmo com pouco dinheiro em caixa, mas existe uma realidade e não podemos extrapolá-la”, escreveu o chefe de Estado do Brasil nas redes sociais.

Bolsonaro declarou ainda que a atualidade brasileira serve para “mostrar o quão grave são as consequências de um governo socialista, populista e completamente corrupto”, acrescentando que “a conta sempre chega e os seus efeitos são sentidos durante anos”.

O executivo brasileiro anunciou nas últimas semanas uma série de cativações nos orçamentos de várias áreas. No entanto, foram os bloqueios na Educação que geraram uma maior contestação.

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Milhares de pessoas protestaram na quarta-feira nas ruas de mais de 170 cidades do Brasil contra o bloqueio de verbas destinadas às universidades e colégios públicos do país. As manifestações ocorreram nas 27 capitais estaduais do Brasil e também em pequenos municípios onde estudantes, professores e elementos de movimentos sociais foram às ruas para expressarem o seu descontentamento face ao anúncio de cativações de 30% nas verbas atribuídas às instituições de ensino mantidas pelo Governo central. Esta foi a primeira demonstração pública de oposição ao Governo do presidente do Brasil, que tomou posse em 1 janeiro.

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Porém, Bolsonaro voltou esta sexta-feira a defender a contenção de gastos como solução para a crise económica do país sul-americano, afirmando que aqueles que “fingem não entender essa lógica, agem como abutres”. “Há somente dois caminhos para evitar contingenciamento de gastos: ou imprime-se dinheiro e gera-se inflação, ou comete-se um crime de responsabilidade fiscal. Quem finge não entender essa lógica age como um abutre, aguardando ansiosamente pelo mal do Brasil para então se alimentar dele”, concluiu o governante.

Em abril, o Ministério da Educação anunciou a cativação nas universidades federais brasileiras seria de 1,7 mil milhões de reais (380 milhões de euros), o correspondente a 3,43% do orçamento dedicado a estas instituições. Também no mês passado, o Governo brasileiro bloqueou 5,8 mil milhões de reais (1,3 mil milhões de euros) do orçamento do Ministério da Defesa, valor que representa 44% do orçamento para despesas não obrigatórias do setor.