Os cantores Dulce Pontes, Marco Rodrigues e o guitarrista Gaspar Varela participam este ano no Festival de Flamenco e Fado de Badajoz, em Espanha, que decorre entre 1 e 6 de julho e cuja programação foi esta sexta-feira apresentada.

O flamenco e o fado, ambos declarados Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, respetivamente em 2010 e 2011, voltam a juntar-se este ano, na cidade vizinha de Badajoz, para o XI Festival de Flamenco e Fado, para uma programação que é testemunho “da riqueza cultural que une a Extremadura e Portugal”, destacou Joana Cardoso, presidente da EGEAC, empresa municipal que gere os equipamentos culturais, durante a apresentação do programa, no Museu do Fado, em Lisboa.

O Festival de Flamenco e Fado de Badajoz – que a organização sugeriu que passasse a adotar um nome que designasse um novo género musical, como “Flamenfado” – abre no dia 1 de julho, no Teatro Lopez de Ayala, com a projeção do documentário “Camarón, Flamenco y revolucíon”, de Alexis Morante, que traça o percurso aclamado e trágico do cantor espanhol de flamenco, conhecido como Camarón de la Isla, remontando à sua adolescência e juventude.

No dia seguinte, a programação do festival prossegue no mesmo espaço, com a apresentação de um espetáculo de dança flamenca, pelos bailarinos Fuensanta Blanco e Andrés Malpica, em estreia absoluta.

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O festival prossegue no Teatro Lopez de Ayala, no dia 3 de julho, com “A jangada de piedra”, uma atuação do duo musical português Fado Violado, projeto criado há mais de dez anos pela cantora Ana Pinhal e pelo guitarrista Francisco de Almeida, que, acompanhados de palmas e percussão, criaram uma fusão entre o fado e o flamenco.

No dia 4 de julho, o festival prossegue no Auditório Municipal Ricardo Carapeto, com o fadista português Marco Rodrigues, nomeado para os prémios Grammy Latinos 2016 pelo seu último trabalho, a quem se seguirá o pianista Andrés Barrios e a cantora Célia Romero, ambos músicos de flamenco.

O penúltimo dia de festival fica marcado pela atuação da cantora portuguesa Dulce Pontes, que assinala 30 anos de carreira, com uma atuação baseada no seu último álbum, gravado em português e castelhano, e no qual a artista não só canta, como toca piano e percussões. No mesmo dia, haverá ainda um espetáculo sinfónico pela Orquesta de Extremadura.

Para o encerramento do festival de flamenco e fado está reservada, ainda no auditório municipal Ricardo Carapeto, uma atuação de Gaspar Varela, o jovem guitarrista de 15 anos, bisneto da fadista Celeste Rodrigues, e que é já considerado um “prodígio da guitarra portuguesa”. Em Badajoz vai apresentar-se com os músicos Francisco Gaspar, no baixo e contrabaixo, e André Ramos, na viola de fado.

Seguem-se José Mercé e Tomatito, dois amigos cujos caminhos se cruzaram diversas vezes e acabaram por gravar um disco juntos – “De verdade” – que agora apresentam neste festival.

José Mercê é um cantor de flamenco, que se apresenta em festivais desde os 12 anos, e Tomatito é um guitarrista de flamenco espanhol – que Gaspar Varela considera ser para si uma “grande referência” -, que editou vários álbuns a solo e em duo com Camarón de la Isla, sendo esta a primeira vez que grava um álbum completo com outro cantor, desde a morte de Camarón.