O empresário Joe Berardo teve 48,3 milhões de euros em benefícios fiscais ao longo dos últimos três anos, escreve o semanário Expresso.

De acordo com informação publicada pela Autoridade Tributária, a maior parte dos benefícios fiscais foram atribuídos às Empresa Madeirense de Tabaco (EMT), da qual a Fundação José Berardo é dona de 48,8%. De acordo com o Expresso, a EMT teve benefícios na ordem dos 16 milhões em 2015, 19 milhões em 2016 e 13,1 milhões em 2017.

O Expresso explica ainda que, no caso de 2017, os 13,1 milhões de benefícios fiscais para a EMT surgem porque a Madeira tem uma taxa mais baixa de imposto sobre o tabaco e também por merecer uma redução do IRC por a empresa estar instalada na Zona Franca da Madeira.

Porém, também há outros negócios daquele empresário a ter acesso a esses benefícios, embora numa escala muito menor — tudo somado, em 91 mil euros. São elas a própria Fundação José Berardo (36 mil euros), Bacalhôa Vinhos de Portugal (42 mil euros) e Matiz (12 mil euros).

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Documento mostra o que os bancos exigem a Berardo (e o que Berardo não pagou)

Joe Berardo voltou ao topo da agenda mediática na semana passada, após ter comparecido numa sessão da comissão de inquérito para a Caixa Geral de Depósitos (CGD). De acordo com aquilo que o Observador apurou, após consulta do processo colocado contra Joe Berardo, aquele empresário deve 265,9 milhões de euros ao banco público.

Porém, não é apenas à CGD que Joe Berardo deve dinheiro. Segundo apurou o Observador, se se somar os empréstimos que o empresário fez junto do BCP e do então BES/Novo Banco, Joe Berardo pediu emprestado um total de 864 milhões de euros. Entre 2012 e 2019, o empresário devolveu apenas 2,3 milhões de euros ao BCP e ao Novo Banco — isto é, 0,2% do capital em dívida.

André Luiz Gomes. Quem é o advogado “brilhante” por trás dos negócios de Berardo