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Eles deram mesmo o 37 a quem pediu e já têm a fórmula preparada para o 38 (a crónica do Benfica-Santa Clara)

Este artigo tem mais de 4 anos

Os adeptos do Benfica passaram dois anos a pedir o 37. Os jogadores, Vieira e principalmente Bruno Lage ofereceram aquilo que tinha ficado em falta na época passada. E são a fórmula para chegar ao 38.

Os encarnados acrescentaram mais um título nacional ao seu palmarés: os últimos cinco foram conquistados nos últimos seis anos
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Os encarnados acrescentaram mais um título nacional ao seu palmarés: os últimos cinco foram conquistados nos últimos seis anos

LUSA

Os encarnados acrescentaram mais um título nacional ao seu palmarés: os últimos cinco foram conquistados nos últimos seis anos

LUSA

Logo depois de o Benfica conquistar o título nacional da temporada 2016/17, quando Rui Vitória ainda estava ao leme dos encarnados, quando era Nuno Espírito Santo o treinador do FC Porto e quando Jorge Jesus comandava o Sporting, os adeptos do clube da Luz apressaram-se a fazer um pedido aos jogadores. Enquanto o plantel e a equipa técnica ainda festejavam em comunhão com os apoiantes no Marquês de Pombal, em Lisboa, depressa se começou a ouvir o cântico que havia de nortear a temporada seguinte e aquela que agora termina. “Benfica, dá-me o 37” foi a frase que se ouviu em todos os estádios, em todas as partidas, em todas as jornadas. A ambição desmedida tornou-se frustração na época passada, quando Sérgio Conceição conseguiu evitar o penta encarnado, mas o cântico não desapareceu.

Esta temporada, sempre assente no objetivo maior da reconquista do título, testemunhou a perseverança do cântico que pedia um Benfica novamente campeão nacional. A primeira metade da época trouxe dissabores, a eliminação da Liga dos Campeões, a quase saída de Rui Vitória no final de novembro, a luz de Luís Filipe Vieira que segurou o treinador e a definitiva rescisão com o técnico, nos primeiros dias de janeiro, depois de uma dolorosa derrota em Portimão. O cântico manteve-se e intensificou-se com a chegada de Bruno Lage, que apareceu vindo das camadas jovens, confessou a influência de Jaime Graça e foi o mais parecido que o Benfica teve nos últimos anos de ter um adepto sentado no banco técnico.

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Ficha de jogo

Benfica-Santa Clara, 4-1

34.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Ferro, Grimaldo, Samaris (Taarabt, 79′), Florentino, Pizzi, Rafa (Salvio, 87′), João Félix (Jonas, 69′), Seferovic

Suplentes não utilizados: Svilar, Cervi, Jardel, Gedson

Treinador: Bruno Lage

Santa Clara: Marco, Patrick, César, Fábio Cardoso, João Lucas, Kaio Pantaleão (Zé Manuel, 53′), Francisco Ramos, Rashid (Mamadu Candé, 77′), Ukra, Schettine, Bruno Lamas

Suplentes não utilizados: João Lopes, T. Santana, Stephens, L. Marques, Evouna

Treinador: João Henriques

Golos: Seferovic (16′ e 56′), João Félix (23′), Rafa (39′), César (59′)

Ação disciplinar: 

As vitórias consecutivas começaram a aparecer, os desaires nas meias-finais da Taça da Liga e da Taça de Portugal pouco ou nada alteraram e o Benfica realizou uma segunda metade de temporada verdadeiramente assinalável. Bruno Lage chegava este sábado à última jornada da Primeira Liga com 17 vitórias em 18 jogos, sem nunca ter perdido e com a responsabilidade absoluta de mais de 60 dos 99 golos que os encarnados tinham antes de defrontarem o Santa Clara. Este sábado, totalmente entregue ao seu destino, a precisar de apenas um ponto para ser campeão nacional, o Benfica estava mais perto do que nunca de dar aos adeptos aquilo que estes têm pedido desde maio de 2017.

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Mas antes da festa, antes do Marquês, antes de Bruno Lage ser certamente atirado ao ar pelos jogadores no relvado da Luz, o Benfica precisava de conquistar o tal ponto frente ao Santa Clara. O técnico não arriscava e colocava em campo aquele que se tornou o seu onze tipo, com Seferovic e João Félix na frente, Rafa e Pizzi nas alas, Samaris e Florentino no setor intermédio e a habitual linha defensiva a quatro com André Almeida, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo. Os açorianos, que esta temporada já roubaram pontos ao FC Porto, começaram bem melhor e aos 15 minutos já levavam dois remates contra nenhum dos encarnados. Jonas, sempre muito ativo no banco e quase enquanto segundo treinador, pedia calma nas decisões: estava uma mão no título mas não era preciso complicar um jogo que não tinha necessidade de ser complicado.

A vantagem do Benfica chegou de forma natural e representou em toda a linha aquilo que foi, aquilo que é e aquilo que será a era Bruno Lage na Luz. A equipa não entrou muito forte, não entrou muito rápida, não parecia sequer ter entrado muito concentrada, mas só precisou de marcar um golo: a eficácia quase letal dos encarnados foi a chave que resolveu as partidas mais fechadas dentro de si mesmas e que garantiu goleadas sucessivas que alimentaram uma confiança quase sem precedentes na Luz. Samaris, que foi o protagonista de um início de sonho da semana decisiva do Benfica ao (finalmente) renovar contrato, soltou um grande passe para a entrada da grande área e Seferovic isolou-se, dominou e atirou à meia volta para o primeiro dos encarnados (16′).

João Félix fez o segundo menos de dez minutos depois (23′), ao aproveitar um ressalto na grande área do Santa Clara, tirar dois defesas da frente e rematar certeiro para a baliza de Marco e Rafa assinou o terceiro já no final da primeira parte (39′), ao emendar uma tentativa de desvio de Seferovic depois de um cruzamento de Pizzi na direita. O Benfica não estava a ser avassalador, não estava a criar mais oportunidades do que aquelas que concretizava e até oferecia algum espaço aos açorianos, que iam tentando procurar a profundidade de Schettine e Bruno Lamas, mas estava a ser, insistindo na ideia de que foi o pragmatismo a garantir o título à equipa, eficaz. Na ida para o intervalo, o Benfica estava a vencer por 3-0 e nem sequer precisava de saber qual era o resultado entre FC Porto e Sporting no Dragão.

No regresso para a segunda parte, o jogo voltou muito semelhante àquilo que tinha sido o primeiro tempo e Seferovic aproveitou um cruzamento tirado por Grimaldo na esquerda para rematar, bisar e fazer o quarto do Benfica (56′). O avançado chegou aos 23 golos na Liga e termina a temporada enquanto melhor marcador do Campeonato, tornando-se apenas o segundo jogador suíço da história a ser o principal goleador de uma Liga estrangeira (depois de Frei em 2004/05, ao serviço do Rennes). César reduziu apenas três minutos depois, após Fábio Cardoso atirar à barra de Vlachodimos (59′), e a história do jogo até ao apito final pouco teve a ver com aquilo que se passou dentro das quatro linhas.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Santa Clara:]

O Santa Clara deixou de ter iniciativa e passou os últimos 20 minutos da partida a tentar limitar os estragos, ao passo que o Benfica deixou o tempo passar e rendilhou o jogo de forma a garantir a vitória. Ao minuto 69, Bruno Lage fez a primeira substituição da partida e lançou Jonas para o lugar de João Félix: junto à linha lateral, à espera para entrar, o avançado brasileiro não escondeu a emoção e deixou cair as lágrimas que deixam quase certo que irá terminar a carreira nos próximos meses. Os encarnados passaram a jogar pura e simplesmente para oferecer um golo a Jonas, que acabou por não aparecer, e a comoção alastrou a Samaris, que saiu para deixar entrar Taarabt e também não conseguiu conter as lágrimas.

O Benfica termina o Campeonato com 87 pontos, mais dois do que o FC Porto, e Bruno Lage consegue fechar a Liga sem sofrer qualquer derrota (18 vitórias em 19 jogos). Os encarnados marcaram 103 golos, igualando o melhor registo goleador de sempre do clube no principal escalão do futebol português, que remontava a 1963/64. Para tudo isso, por causa de tudo isso, enquanto explicação de tudo isso, está o cântico. O Benfica queria o 37 no minuto seguinte a ter conquistado o 36 e este sábado, antes ainda do fim do jogo, as bancadas da Luz já tinham uma frase nova para entoar: “Benfica, dá-me o 38”.

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