O líder do partido de extrema-direita FPÖ e número dois do governo austríaco foi gravado a prometer a uma suposta sobrinha de um milionário russo a adjudicação de contratos públicos em troca de apoio financeiro, noticiaram os ‘media’ internacionais.

Segundo as informações divulgadas na sexta-feira por dois jornais alemães, o vice-chanceler Heinz-Christian Strache foi filmado, por uma câmara oculta, a conversar com uma mulher, alguns meses antes das eleições legislativas austríacas de 2017, sobre a possibilidade de um apoio financeiro e mediático ao FPÖ em troca da adjudicação de contratos públicos. Os títulos alemães Süddeutsche Zeitung e Der Spiegel referiram que Heinz-Christian Strache se encontrou com esta mulher por acreditar que esta teria ligações a um oligarca russo influente.

A poucos dias das eleições europeias, este escândalo está a abalar a extrema-direita austríaca e a coligação governamental liderada pelo chanceler Sebastian Kurz, líder do Partido Popular Austríaco (ÖVP, conservador) e aliado do FPÖ no executivo.

A imprensa na Áustria apontava este sábado para a demissão iminente de Heinz-Christian Strache, líder de uma das mais influentes formações nacionalistas dentro da União Europeia (UE) e reconhecido aliado de outros partidos populistas e de extrema-direita europeus, nomeadamente de Matteo Salvini (Itália) e de Marine Le Pen (França). “O FPÖ está acabado”, escrevia o tabloide austríaco Kronen Zeitung na sua capa.

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Segundo os media austríacos, o líder do FPÖ irá reunir-se com o chanceler Sebastian Kurz, que poderá exigir a sua demissão. O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) é provavelmente o mais antigo partido de extrema-direita nacionalista da UE, fundado em 1956 por um antigo oficial das SS e declaradamente nacionalista, conservador e eurocético.

De acordo com as mais recentes projeções para as eleições europeias (agendadas de 23 a 26 de maio), o FPÖ registava 23,5% das intenções de voto, o que poderá representar a eleição de cinco eurodeputados.

A Áustria vota a 26 de maio e elege 18 dos 751 deputados do Parlamento Europeu.