Grelhadores e mesas de piquenique, com as tradicionais minis, foram este sábado o cenário de um comício da Iniciativa Liberal, em Lisboa, onde se juntaram “mais de 200 pessoas”, mesmo sem “os autocarros da junta” para os transportar. O convite prometia um piquenique seguido de um comício e os grelhadores, as mesas e as minis que o partido providenciou assim o garantiram.

O local escolhido foi o jardim do Campo Grande, em Lisboa, junto ao lago, onde a Iniciativa Liberal montou também duas tendas azuis com o símbolo do partido, jogos para entreter os mais novos, um sistema de som e um palco, onde pouco depois das 15:00 discursaram o presidente do partido, Carlos Guimarães Pinto, e o cabeça de lista às eleições europeias, Ricardo Arroja.

A esta festa, nem o Zé Povinho e Bordalo Pinheiro quiseram faltar. As duas figuras (com os respetivos figurantes dentro) estavam na zona a promover o Dia Internacional dos Museus junto de quem ali passeava e também subiram ao palco, onde se lia: “Política de futuro sem os políticos do passado”.

Antes do cabeça de lista tomar a palavra, o microfone foi de Carlos Guimarães Pinto, o presidente do partido, que comparou o evento de campanha a “um concerto dos U2”, em que “uma banda local abre para a grande estrela”. Vestido a rigor, de polo azul com o símbolo do partido, Carlos Guimarães Pinto agradeceu àqueles que “vieram do Porto, Braga, Aveiro, Évora, Algarve”, mas por meios próprios, uma vez que a Iniciativa Liberal não conta com “os autocarros da junta ou da câmara para trazer as pessoas” que aparecem “na esperança de um jantar à borla”, como, segundo o líder da Iniciativa Liberal, acontece nos partidos já representados no Parlamento Europeu (PE).

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Apesar de este ser “um partido pequeno, sem ‘pop stars’ mediáticas”, vai tentar provar o que vale, assegurou. “O que temos feito até aqui tem sido extraordinário”, corroborou o cabeça de lista ao PE, notando que, “por esta moldura humana, já valeu a pena”.

Depois desta introdução, Ricardo Arroja começou a elencar o que defende o partido. “Falta concorrência, transparência, falta devolver o poder a quem o legitima, que são vocês”, salientou, apontando que o objetivo da Iniciativa Liberal é fazer ver às pessoas “que fazem a diferença” e que, “se derem um passo e reivindicarem”, terão “a verdadeira liberdade de escolha e opção”.

Para Ricardo Arroja, “o que está a falhar é o Estado”, uma vez que, na área económica, “não foi Bruxelas que disse para patrocinar empresários de papel”. Ricardo Arroja criticou também o Governo por permitir que o dinheiro dos fundos comunitários “seja espatifado e se perca na máquina”. “Temos de ir buscar à Europa boas prática, bons exemplos”, referiu. Dando o exemplo da justiça, Arroja salientou que esta é uma área onde Portugal “pode ir buscar orientação à Europa”.

Para a Iniciativa Liberal, a Europa deve ser “um espaço em que cada um possa ter uma voz ativa e participação”, acrescentou, criticando os atuais eurodeputados por não cumprirem bem a sua função. “Os eurodeputados têm obrigação de avaliar as leis e trazê-las para Portugal”, defendeu, indicando que isso atualmente não acontece porque “são poucos” os eleitos que “se dão ao trabalho de visitar Portugal e mostrar o que se passa” a nível europeu.

Os cidadãos têm de saber “o que está a ser discutido na Europa”, reforçou, notando que isso aproxima as pessoas à política e que “a política pode ser um farol de humanismo, que agrega”. Por isto, Ricardo Arroja pediu aos portugueses que deem “o benefício da dúvida” à Iniciativa Liberal no próximo dia 26, quando se disputam as eleições europeias, mas salientou que o partido está “para ficar e para vencer”.