As expectativas socialistas eram elevadas para o auditório do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, que tem capacidade para 800 pessoas. Havia bandeiras do partido espalhadas por todas as cadeiras do auditório, mas quando já passavam 40 minutos da hora marcada para o início do comício, a organização começou a retirá-las da parte de cima da sala. Pedro Marques havia de chegar acompanhado de António Costa pouco depois disso, tinha a sala cerca de 200 pessoas. Os dois concentraram a mensagem no apelo ao voto.

O Benfica estava a levantar a taça no Estádio da Luz, em Lisboa, e o comício socialista continuava a não arrancar em Guimarães — o PS foi o único partido a manter a iniciativa noturna nesta campanha, sabendo que o foco estaria no final do campeonato nacional de futebol. Já lá estava Vieira da Silva (ministro) e Pedro Silva Pereira (número três da lista), mas a sala continuava por compor. O speaker ia pedindo desculpa pelo atraso e anunciando que o líder socialista estava prestes a chegar e era preciso aquecer a sala. Estava fria, de facto. E só mesmo quando o cabeça de lista às Europeias chegou com o líder do partido é que a parte da frente da sala ficou mais composta, ainda assim com alguns buracos entre a assistência.

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As cadeiras vazias entre os militantes do PS, antes de Costa chegar. ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Gritou-se PS, agitaram-se bandeiras e subiram ao palco o presidente da concelhia de Guimarães, Luís Soares, o líder do PS-Braga, Joaquim Barreto, a décima da lista às Europeias, Isabel Estrada Carvalhais, Vieira da Silva e só depois Pedro Marques e António Costa que fez um rasgado elogio à campanha do seu candidato.

“Grande campanha, Pedro, que tens vindo a fazer, na rua, nas empresas, nos debates, em todos os sítios”, disse Costa que também sublinhou a campanha feita pelos restantes candidatos na lista do PS, que “não fazem campanha de helicóptero, fazem campanha com os pés no chão, cara a cara”, em mais uma referência a Paulo Rangel. Havia de voltar a atacar o candidato do PSD por ter pedido à Comissão Europeia, perante a solução política que se construiu em Portugal em 2015, “para vir a Portugal impedir a mudança porque com ela o país não seria capaz de cumprir acordos europeus e pediu à Comissão para nos vir cá pôr na ordem”.

Felizmente ousámos dizer não, resistir e convencer a Comissão que o caminho que propúnhamos não só era possível como era necessário para recuperar os rendimentos e devolver confiança aos cidadãos”, atirou o líder socialista.

Voltou a fazer o que já fizera no almoço comício de Viana do Castelo, apontando para o perigo da euforia com os resultados das sondagens que possa dar a vitória por garantida, promovendo a abstenção. Mas Costa também não escondeu a confiança nesta fase, dizendo que “só por duas vezes até agora os partidos no Governo ganharam as eleições Europeias. No próximo domingo vai acontecer pela terceira vez”, afirmou.

Da parte de trás da sala foram retiradas as bandeiras que aguardavam por militantes nas cadeiras. O cenário era este. 
ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Pouco antes tinha discursado Vieira da Silva, dirigente do partido e ministro da Segurança Social, que elogiou Costa por “mostrar que o caminho” que propunha “era viável” e que, por isso mesmo, “hoje António Costa é um líder dos mais influentes em toda a União Europeia e a voz de Portugal é escutada em qualquer assunto que releve para o futuro da Europa”.

Tal como Costa, também deixou o apelo ao voto, que o candidato do partido às Europeias havia de voltar a sublinhar prometendo que “vão ser sete dias de campanha sempre a dizer isto”, apelando aos autarcas socialistas para darem uma ajuda: “Vocês sabem quem vota PS, sabem quem são os corações que pulsam socialista. São esses que temos de chamar a votar a 26 de maio”, pediu o cabeça de lista do PS.