O Benfica já foi campeão no passado sábado mas a onda de entusiasmo ainda não desapareceu. E é exatamente isso que fica explícito esta segunda-feira, no dia em que os encarnados são recebidos na Câmara Municipal de Lisboa, através do editorial assinado por Luís Filipe Vieira e divulgado no site oficial do clube. Além de sublinhar “a vitória da verdade desportiva e da afirmação de uma estratégia vencedora”, o presidente do Benfica ainda agradece a Rui Vitória, não esquece Luisão e Shéu e reitera os elogios a Bruno Lage que já tinha declarado no sábado, por altura dos festejos do título.

O ano antes das eleições de Vieira, onde o que podia ter corrido mal foi melhor do que se pensava

“Esta vitória foi justa e inequívoca. Feita de uma 2.ª volta absolutamente extraordinária, histórica e com números avassaladores. Ganhámos os dois jogos ao nosso mais direto rival. Ganhámos cinco e empatámos apenas um dos seis jogos contra FC Porto, Sporting e Sp. Braga. Igualámos o recorde de golos marcados da nossa história (103). Marcámos mais 29 golos do que o segundo classificado e tivemos o melhor marcador, Seferovic, com 23 golos. Foi a vitória da verdade desportiva e da afirmação de uma estratégia vencedora que, com base na aposta na formação, permite-nos ambicionar ainda mais para o futuro. Um título ganho por uma equipa e uma estrutura – dirigentes, equipas técnicas, funcionários – que funcionaram como um bloco único”, sublinha Luís Filipe Vieira, que se revela impressionado pelo “mar e onda vermelha” que deram “público testemunho sobre a força e a mística” do clube e que merecem “o mais rasgado dos elogios”.

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Vieira não esqueceu Rui Vitória nos agradecimentos e salientou os títulos conquistados pelo treinador ao longo de dois anos e meio

No que toca a Rui Vitória, o presidente encarnado não esquece os títulos conquistados ao longo das duas temporadas e meia em que o atual treinador do Al Nassr esteve à frente da equipa. “Uma palavra de agradecimento a Rui Vitória, que liderou a equipa na primeira fase da época. Foi um técnico que conquistou vários títulos connosco ao longo dos últimos três anos”, refere Vieira, que recorda depois “dois símbolos do Benfica que, em diferentes momentos desta época, entenderam iniciar um novo ciclo da sua vida”, Luisão e Shéu: o brasileiro abandonou os relvados em setembro mas integrou a estrutura enquanto responsável pelas relações externas, o português decidiu deixar o cargo de secretário técnico no final da temporada passada.

“Naturalmente, há uma enorme satisfação pela opção certa, no momento certo, por Bruno Lage, que personificou na perfeição toda a cultura e filosofia que se procurou desde a primeira hora implementar com a aposta no Seixal, conciliando juventude e experiência para um projeto vencedor, mas com ambição europeia de futuro”, continuou Luís Filipe Vieira, insistindo na ideia de que o treinador foi a escolha acertada para substituir Rui Vitória, algo que já tinha ficado patente no discurso que fez no balneário logo após o jogo com o Santa Clara. Por fim, o presidente encarnado salientou “o treino a treino, o jogo a jogo, a conquista dos adeptos e a confiança na plena afirmação da juventude” e garantiu que o Benfica reforçou “a hegemonia no futebol português” ao vencer o quinto título nacional em seis anos.

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