O ministro dos Negócios Estrangeiro e Cooperação de Moçambique, José Pacheco, disse esta quarta-feira que o governo respeita qualquer decisão da África do Sul sobre a extradição do ex-ministro das Finanças Manuel Chang.

É uma decisão “livre e soberana dos órgãos competentes”, referiu Pacheco, citado pelo jornal O País.

O ministro da Justiça sul-africano anunciou na terça-feira que, face aos pedidos de extradição dos EUA e Moçambique, optou pelo país de origem de Chang.

Pacheco referiu que a decisão não teve nenhuma interferência moçambicana, até porque “Moçambique respeita todas as regras de separação de poderes”. Sobre um possível recurso norte-americano, Pacheco diz que caberá aos órgãos competentes posicionarem-se.

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Segundo o responsável da diplomacia moçambicana, o que é certo é que as relações entre Moçambique e África do Sul são “excelentes”.

O ex-ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang, três ex-banqueiros do Credit Suisse e um mediador da Privinvest foram detidos em dezembro a pedido da justiça norte-americana.

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A investigação alega que a operação de financiamento de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) para criar as empresas públicas moçambicanas Ematum, Proindicus e MAM durante o mandato do Presidente Armando Guebuza é um vasto caso de corrupção e branqueamento de capitais.

Em fevereiro, só depois da ação dos EUA, foram detidas várias figuras públicas pela justiça moçambicana – entre as quais pessoas próximas do ex-chefe de Estado Guebuza – que tinha o caso aberto desde 2015, mas sem nenhuma detenção.

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