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"A Europa pode respirar". A leitura que a imprensa estrangeira está a fazer das eleições

Este artigo tem mais de 4 anos

"A Europa pode respirar", escreve um dos editoriais na imprensa desta manhã. Os eurocéticos foram cresceram menos do que se temia e mais fragmentação até pode ser uma coisa boa.

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AFP/Getty Images

AFP/Getty Images

A Europa pode respirar“. Embora sucinto, o título do editorial do El Mundo é, talvez, o mais eloquente na descrição dos ânimos esta segunda-feira. Depois de uma campanha que parecia basear-se no “susto ou morte”, devido à vaga populista que se alastra no continente europeu, “no final, os progressos dos partidos eurocéticos foram muito mais tímidos do que se temia”. Na opinião do El Mundo, estes partidos ficaram “longe de se tornar a minoria de bloqueio em Bruxelas que seria potencialmente fatal para o necessário processo de integração” europeia.

O facto de os partidos mais extremistas não terem tido o resultado que alguns anteviam, isso não impediu que os partidos tradicionalmente mais ao centro — no parlamento europeu, o Partido Popular Europeu e os Socialistas Europeus — tivessem um resultado dececionante. Os dois vão deixar de ter, no seu conjunto, uma maioria no parlamento europeu, já que agora vão ter de levar em maior consideração os partidos ligados ao liberalismo e à ecologia (verdes). “Isto deve ser visto como uma oportunidade para aprofundar a democracia interna das instituições europeias e, ao mesmo tempo, avançar no federalismo europeu, que três em cada quatro eurodeputados apoiam”, sublinha o El Mundo.

Também em Espanha, o El País fala nesse mesmo “declínio” das famílias políticas tradicionais na Europa e de como isto cria um fenómeno em que também no parlamento europeu os tempos obrigam às “coexistências” que são regra em tantos parlamentos nacionais. O que é que isso vai significar, na prática? Que “será difícil continuar a associar o destino da integração ao [que é definido pelo] eixo franco-alemão”. Por outras palavras, “a fragmentação aponta para a necessidade de um parlamento que cumpra as funções para as quais foi eleito, o que inclui a obrigatoriedade de negociar e formar maiorias”. A conclusão, para o El País, é que Espanha ganha, neste contexto, uma “capacidade de iniciativa que não deve ser desperdiçada”.

No Reino Unido, que está com um pé fora da União Europeia mas ainda votou nestas eleições, tem uma posição mais construtiva e otimista. Um parlamento fragmentado? Talvez isso seja “exatamente aquilo de que a Europa precisava”. Não é necessariamente uma coisa má que os partidos grandes estejam a cair e os partidos pequenos a subir: surgem no editorial do The Guardian as palavras de uma especialista do Centre for European Reform, Agata Gostyńska-Jakubowska, que diz que “pode ser um impulso para a democracia na UE”, um “desenvolvimento saudável” para o envolvimento que os cidadãos sentem em relação às instituições europeias.

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O Le Figaro, em França, centra-se mais na política interna e fala numa “recomposição em marcha”, um possível trocadilho com o nome do movimento fundado por Emmanuel Macron e que venceria as eleições presidenciais (En Marche). O diretor do jornal, Alexis Brézet, destaca a vitória “simbólica” de Marine Le Pen em França — “que valida a estratégia metódica de ganhar novamente um enfoque”. Mas a figura principal é Emmanuel Macron, que “correu todos os riscos, envolvendo-se nesta batalha como nenhum outro Presidente”. O ganho para Macron? Apesar de tudo, “ficou demonstrada a força e a coerência política da sua base eleitoral”.

Em Itália, o Corriere della Sera reconhece que as forças “anti-elite” não deram o passo de gigante que muitos antecipavam, mas “a partir de agora vão ter as suas vozes ouvidas, nas escolhas que a União Europeia tem de fazer, e em alguns momentos serão capazes de limitar ou, mesmo, vetar decisões importantes. Um ponto destacado, também, pelo jornal italiano é que esta foi uma eleição cheia de especificidades nacionais a vários níveis — “não há uma tendência europeia, há desenvolvimentos nacionais ou revoluções nacionais”, a principal das quais em França, onde Le Pen obteve uma votação histórica, “colocando areia na engrenagem das reformas” de Macron.

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