O administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino disse esta segunda-feira que, por serem menos utilizadas no dia a dia, as notas de 100 e 200 euros devem ser melhor explicadas e divulgadas à população, para evitar fraudes e burlas.

“Pelo facto de serem menos utilizadas no dia a dia, elas [as notas de 100 e de 200 euros] naturalmente carecem de ser melhor conhecidas, melhor explicadas e melhor divulgadas à população em geral para evitar situações de fraude ou de tentativas de burla”, afirmou esta segunda-feira Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, na apresentação, em Lisboa, das novas notas de 100 e 200 euros que entram em circulação na terça-feira.

“As denominações de 100 e de 200 euros não são denominações com grande expressão na circulação no dia a dia. Os cidadãos não utilizam estas notas em grande quantidade em Portugal e, na generalidade dos países da área do euro, também não são utilizadas de forma regular, mas têm um papel muito relevante como reserva de valor”, frisou Hélder Rosalino.

O administrador do Banco de Portugal salientou que “há muitas pessoas que fazem entesouramento e guardam algumas das suas poupanças através destas notas”, acrescentando que “não são muito utilizadas no dia a dia, mas são importantes do ponto de vista de reserva de valor” e, nesse sentido, salientou também que “o euro é a segunda divisa mais importante à escala global, assumindo um papel muito importante como reserva de valor”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para evitar burlas e fraudes associadas à entrada em circulação das novas notas de 100 e 200 euros, o administrador do regulador e supervisor português sublinhou que “ninguém está mandatado para trocar notas em nome do Banco de Portugal”, frisando que, “de resto, não é necessário trocar notas da primeira série” pelas novas notas da série Europa.

As novas notas vão circular em simultâneo com as antigas, da primeira série do euro, sendo recolhidas ao longo do tempo pelos bancos centrais da zona euro.

Hélder Rosalino disse que deve existir cooperação entre todos, “Banco de Portugal, forças de segurança e comunicação social” na passagem das mensagens de esclarecimento da população sobre as novas notas de euro de modo a evitar situações de burla.

Também presentes na cerimónia de apresentação das novas notas de 100 e de 200 euros estiveram responsáveis da GNR, da PSP e da Polícia Judiciária.

“Que as pessoas tenham bem consciência de que ninguém pode ir a casa de alguém para trocar notas, nenhum polícia, nenhum funcionário do Banco de Portugal. E se isso acontecer estamos perante um caso de burla e apelamos para que [nesse caso] apresentem queixa na esquadra da vossa residência”, referiu Alexandre Coimbra, intendente da PSP.

As novas notas de 100 e 200 euros entram em circulação na terça-feira, com a mesma cor, mas mais pequenas e com novos elementos de segurança, concluindo a implementação das notas da série Europa.

As novas notas contêm elementos de segurança novos e inovadores, e, à semelhança das outras denominações, permitem atestar a sua genuinidade através do método “tocar, observar e inclinar”.

As novas notas têm um holograma-satélite na parte superior da banda prateada que expõe pequenos símbolos do euro (Euro) que se movem em torno dos algarismos representativos do valor da nota e que se tornam mais nítidos quando são expostos a luz direta e incluem igualmente um número esmeralda melhorado.

A banda prateada exibe também um retrato de Europa (figura mitológica grega que deu origem ao nome do continente europeu), o motivo arquitetónico e um símbolo do euro de grande dimensão.

As novas notas mantêm os desenhos de estilo arquitetónico, com as notas de 100 a manterem a cor verde e o desenho em estilo barroco e rococó e as de 200 a continuarem com cor amarelo torrado e a retratar a arquitetura em ferro e vidro do século XIX.