“Para grandes males, grandes remédios.” Pode ser esta a lógica por detrás da radical mudança operada pela BMW na terceira geração do seu compacto. O Série 1 nunca conseguiu singrar nas vendas a ponto de ofuscar o Mercedes Classe A e agora surge com uma filosofia completamente distinta, desde logo por perder aquilo que diferenciava a sua condução: a tracção traseira. A potência é sempre transmitida às rodas da frente, excepto nas duas versões mais potentes, a M135i xDrive e a 120d xDrive, que usufruem de tracção integral. Já o facto de se apresentar exclusivamente com cinco portas não surpreende, atendendo a que os três portas têm há algum tempo morte anunciada, devido à contínua queda na procura.

A chamada geração F20 fica para trás e ponto final. No seu lugar surge a F40, que procura iniciar um novo capítulo na história do compacto alemão. Uma história que, de certa forma, nos leva até ao Oriente, pois o hatchback recorre à mesma arquitectura que já está ao serviço do Série 1 Sedan feito na China. Montado sobre a FAAR, uma evolução da plataforma UKL2, o novo Série 1 mede 4,319 m de comprimento, 1,799 m de largura, 1,434 m de altura, sendo a distância entre eixos exactamente a mesma do sedan chinês (2,670 m). Significa isto que, face ao modelo que vem substituir, o novo Série 1 está mais curto (-5 mm), mas mais largo (+34 mm) e mais alto (+13 mm). Segundo a marca, as novas medidas – incluindo a perda de 20 mm na distância entre eixos (antes era de 2,690 m) – em nada prejudicam a habitabilidade, com a BMW a referir inclusivamente que são os passageiros dos bancos de trás os mais beneficiados nesta nova geração, designadamente com mais 33 mm no espaço para acomodar as pernas e 19 mm na altura.

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Esteticamente, a nova imagem do compacto resulta atractiva, com rasgos de desportividade e, de certa forma, um estilo que convoca o desenho do X2, o que é particularmente evidente na frente volumosa, com uma grelha de maiores dimensões e nos faróis esguios que remetem para o crossover. Mas esse contágio das formas SUV também se encontra na linha de cintura, que se vai elevando em direcção ao pilar C. Atrás, salta à vista o enorme portão da bagageira que facilita o acesso à mala, sendo que esta, por sua vez, vê a sua capacidade aumentar para valores iguais aos do Volkswagen Golf ou Audi A3 Sportback. A volumetria sem o rebatimento de bancos cifra-se agora nos 380 litros, mais 20 que na geração precedente e um pouco mais que o Mercedes Classe A.

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Oferecendo ao cliente a hipótese de escolher entre quatro linhas de equipamento (Advantage, Sport Line, Luxury Line e ainda M Sport), o interior do novo Série 1 dá um salto não só em espaço como em sofisticação. O “apelo” tecnológico é evidente, desde logo por contar com um novo ecrã para o sistema multimédia e o painel de instrumentos Live Cockpit Professional, para além do head-up display a cores, opcional disponível pela primeira vez no compacto germânico.

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Mas é sob o capot que se desvendam os maiores “segredos” do novo Série 1, cujo lançamento no mercado ocorrerá a 28 de Setembro, logo após a aparição no Salão de Frankfurt. Antes disso, a BMW promete revelar novos detalhes acerca deste modelo num evento em Munique, no final de Junho. Contudo, é já certo que o Série 1 vai chegar aos concessionários com três motores a gasóleo (116d de 116 cv, 118d de 150 cv e 120d xDrive de 190 cv) e dois a gasolina (118i de 140 cv e M135i xDrive de 306 cv), todos eles sobrealimentados com um turbocompressor de dupla entrada e dispostos em posição transversal, em vez de montados longitudinalmente como até agora acontecia. As motorizações menos possantes (116d e 118i) são três cilindros, com as restantes a serem de quatro. Quanto à caixa, há três possibilidades: manual de seis velocidades, automática de dupla embraiagem com sete relações ou automática de oito velocidades com conversor de binário.