Relatos de populares dão conta de escassez de gás doméstico nas cidades moçambicanas de Maputo e Matola, no sul do país, mas a Galp, que tem a maior quota de distribuição em Moçambique, negou esta quarta-feira qualquer rutura no fornecimento.

Leonel Muchano, jornalista da Agência de Informação de Moçambique (AIM), disse à Lusa que desde segunda-feira que não encontra gás de cozinha nas cidades de Maputo e da Matola, porque não há nos postos de venda.

“Se acabar a botija de gás que estou a usar agora, terei de recorrer ao carvão vegetal, para cozinhar, porque não há gás”, disse.

Um trabalhador de uma empresa em Maputo afirmou que só conseguiu comprar gás de cozinha porque teve a sorte de coincidir com um descarregamento no posto de venda. “Mal é descarregado, o gás acaba, porque há uma corrida causada pela escassez dos últimos dias”, declarou.

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Outros consumidores contaram que a falta de gás de cozinha vem a registar-se desde abril deste ano.

Em conferência de imprensa esta quarta-feira em Maputo, o diretor de operações da Galp em Moçambique, empresa com a maior quota de distribuição daquele produto, negou informações que dão conta de uma escassez de gás, admitindo a possibilidade de um açambarcamento devido ao inverno. “Quando chega o inverno em Moçambique, há um pico no consumo de gás, que pode levar a um açambarcamento”, disse Martinho Tavares.

Para responder ao aumento da procura no inverno, a Galp aumenta em 10% a quantidade de gás doméstico que coloca no mercado, principalmente nas cidades de Maputo e Matola, que concentram o maior número de consumidores. “Em abril, disponibilizámos 6.500 garrafas de gás por dia para Maputo e Matola e em maio aumentámos para 6.900 garrafas por dia, até ao momento”, declarou Martinho Tavares. A Galp, prosseguiu, está a investir no aumento da capacidade de armazenamento de gás doméstico, para passar das atuais 250 toneladas para 1.500 toneladas, por ano.

Fonte do Governo disse à Lusa que o fornecedor do gás importado pelas empresas distribuidoras em Moçambique tem registado atrasos na entrega do produto, o que está a provocar dificuldades na venda aos consumidores.