Histórico de atualizações
  • Deputados têm 11 dias para propor alterações

    Os deputados têm agora 11 dias — o prazo termina às 10h00 do dia 11 de junho — para se pronunciarem sobre o relatório e proporem as alterações que considerem necessárias ao relatório final. O objetivo da Comissão é perceber se houve responsabilidades políticas no assalto aos paióis nacionais de Tancos, onde estava guardado material de guerra.

    Este liveblogue encerra agora por aqui. Uma boa tarde.

  • "O CDS não se revê neste relatório e vai apresentar alterações", anuncia Telmo Correia

    Os deputados não tiveram muito tempo para analisar o relatório preliminar desta CPI mas o CDS já sabe que vai apresentar alterações. O anúncio foi feito pelo deputado Telmo Correia. “Nos próximos faremos a nossa leitura atenta mas devo dizer que, pelo que li até agora, vamos dedicar-nos sobretudo a uma escrita atenta. Há muita coisa que aqui está escrita que não corresponde à realidade e há muita coisa que não esta aqui escrita e devia estar”. Assim, o “CDS não se revê neste relatório e apresentará alterações a este relatório”.

    Não é por isso que Telmo Correia considera a CPI um desperdício. “Acho que a comissão valeu a pena. Tirando a parte estritamente criminal, fiquei a par do que se passou em Tancos”, considerou. O deputado centrista foi muito cáustico nos ataques que fez ao relator e ao relatório. “Eu não teria seguido este caminho que deputado relator seguiu. Preferiu um caminho opinativo mas devia ter-se limitado aos factos para que cada um retirasse a sua conclusão”.

    Lembrando “os momentos Bava” do ex-ministro da Defesa e do seu chefe de gabinete, Martins Pereira, o deputado do CDS não tem dúvidas de que o relatório apresentado esta sexta-feira está incompleto. “O que o senhor traz para cima da mesa são as alegações de defesa do Governo e do PS, não traz a acusação”, disse.

    No fim, Telmo Correia ironizou e disse que “só faltou” ao deputado Ricardo Bexiga um voto “de louvor ao ministro ao Azeredo Lopes e uma condecoração a ex-CEM Rovisco Duarte”. “Este relatório é um buraco negro, onde desparecem factos”, concluiu.

  • "Ainda não é o momento da discussão do relatório", diz PCP

    O deputado do PCP, António Filipe, põe água na fervura: “ainda não é o momento da discussão do relatório”. E refere que o seu partido vai ainda ler atentamente o documento para, depois da apreciação, dar a sua “contribuição” no prazo estabelecido.

  • E as responsabilidades políticas? "Isso não pode ser escamoteado", avisa BE

    O bloquista João Vasconcelos diz que “à primeira vista” o relatório tem boas propostas, mas há elementos a limar. Começa por lembrar que o “curto prazo”, referido no relatório, que se passou entre a comunicação do Chefe do Estado Maior do Exército, Rovisco Duarte, ao despacho do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, para fazer obras em Tancos foi de um ano. E lembra que “as infraestruturas estavam degradadas, não há quase uma década, mas há quase duas décadas”, “Houve um falha importante no Estado”, concluiu.

    Partindo desta premissa, o deputado do Bloco diz que o relatório não pode teorizar apenas sobre a responsabilidade dos militares, mas também as políticas. “Isso não pode ser escamoteado”, disse, reforçando que “as responsabilidades não podem ser assacadas apenas” aos militares.

  • Ascenso Simões responde a Berta Cabral e defende relatório

    Ascenso Simões, do PS, responde às dúvidas da deputada do PSD com outras dúvidas. “Também posso a suposição de que a Berta Cabral enquanto Secretária de Estada da Defesa sabia do estado dos paióis de Tancos”, afirma. A resposta na mesma moeda que irritou os deputados sociais-democratas que acusaram o deputado socialista de estar a ser injusto e desonesto.

    Sobre o relatório em si, Ascenso Simões só tinha elogios. “Em primeiro lugar, destaco o facto de este relatório não ter sido alvo nenhuma fuga de informação. Em segundo lugar queria destacar a forma como o relator escreveu o documento: a cada afirmação corresponde uma transcrição das audições”, considera o socialista.

  • PSD tem dificuldade em acreditar que António Costa de nada sabia

    Depois da intervenção do relator, é a vez do PSD. A deputada Berta Cabral lembra que não pode fazer uma análise detalhada do relatório, que teve acesso meia hora antes da Comissão, mas que existem “conclusões que não foram sujeitas a contraditório”. Destaca as falhas de segurança e a falta de coordenação entre o Exército e o Sistema de Segurança Interna do País referidas pelo relator, o deputado socialista Ricardo Bexiga. Refere ainda que se tem que detalhar a atuação da PJM à revelia do despacho da Procuradora-Geral da República, assim como o encontro entre o chefe de gabinete do ministro da Defesa. “Temos muitas dificuldades em perceber que o senhor primeiro-ministro não sabia” e que o ministro da Defesa, então Azeredo Lopes, não lhe tivesse comunicado tal situação.

  • Começam agora as declarações “necessariamente breves” – como reforçou insistentemente o presidente da CPI, Filipe Neto Brandão – dos grupos parlamentares, que tiveram apenas trinta minutos para olhar para o relatório preliminar de 170 páginas antes do início da sessão. Começa Berta Cabral, do PSD.

  • "PJM tentou implicar Ministério da Defesa", diz o deputado relator

    “Quando a ex-direção da PJM começa a sentir que o terreno lhe está a fugir tenta implicar o Ministério da Defesa Nacional nos atos”, acusa Ricardo Bexiga. Esta é uma das principais conclusões que o deputado do PS retirou dos trabalhos da CPI. Como? “Com a iniciativa de contactar o Ministério da Defesa Nacional para elaborar um comunicado de imprensa” com o objetivo de anunciar “o achamento das armas” furtadas.

  • "Polícia Judiciária Militar foi parte do problema", acusa relator

    “Constatámos que houve uma tentativa de fechamento da estrutura militar sobre a averiguação das responsabilidades dentro da estrutura do Exército”, aponta Ricardo Bexiga.

    O deputado relator continua a apresentar as principais conclusões do relatório e aponta agora o dedo à Polícia Judiciária Militar (PJM). “No processo de investigação relacionado com o furto, a PJM atuou, de início, dentro do quadro de legalidade”. Mas nem sempre foi assim ao longo do processo. Esta unidade militar continuou a investigar o caso depois da então PGR, Joana Marques Vidal, ter assinado um despacho em que passava a investigação para as mão da Polícia Judicária. A partir daí, a PJM passou a autuar ilegal e paralelamente. “Talvez por uma ação corporativa”, sugere Ricardo Bexiga.

    A partir desse momento, “a PJM passou a ser parte do problema”, conclui o deputado do PS.

  • "Risco não foi devidamente avaliado pelas estruturas militares"

    Ricardo Bexiga começa por apontar as várias falhas a nível das infraestruturas dos paióis de Tancos e também questiona os efetivos militares envolvidos no processo. Depois de enumerar as falhas de vigilância e ausência de diligências “das estruturas militares”, o deputado socialista conclui que estava montado “um cenário em que tudo conduzia a que acontecesse o que acabou por acontecer”. “Houve um incumprimento de regras fundamentais de segurança”, acrescenta.

    “O risco não foi devidamente avaliado pelas estruturas militares”, adianta ainda. “Esse furto não podia acontecer se o patrulhamento tivesse ocorrido de acordo com as normas”. Assim, o deputado relator diz não ter dúvidas de houve “colaboração” interna.

  • O primeiro a usar a palavra é o deputado relator, o socialista Ricardo Bexiga. Vai dispor de 15 minutos para fazer uma apresentação do relatório preliminar. “Não pretendemos substituir os órgãos judiciais”, avisa.

  • O relatório preliminar tem 170 páginas e foi entregue aos coordenadores dos grupos parlamentares desta CPI meia hora antes do início da sessão. Assim, avisou o presidente da comissão, a reunião desta sexta-feira terá apenas “breves apreciações” e não intervenções de fundo.

  • Deputado do PSD queixa-se de ainda não ter recebido o relatório

    A sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o furto de Tancos já arrancou. Na agenda está a apresentação do relatório preliminar sobre os trabalhos desta CPI. O presidente da comissão, Filipe Neto Brandão, do PS, começa por referir que o documento foi enviado a todos os grupos parlamentares. “Não foi bem assim”, contesta o deputado do PSD José Matos Rosa. “Foi enviado apenas aos coordenadores. Eu, que sou deputado e vice-presidente desta comissão, ainda não o recebi”, reclama.

    Na resposta, o presidente da CPI diz que a falha será do coordenador do grupo parlamentar e garante que para futuro terá em atenção estas queixas.

  • Lei orgânica da PJM deve ser revista

    O relatório preliminar já está nas mãos dos deputados que compõem a Comissão de Inquérito. O Observador sabe que uma das recomendações é que a lei orgânica da Polícia Judiciária Militar seja revista, que o Diretor Nacional da PJM deverá passar a ser um juristas reconhecido, nomeado ou pelo primeiro-ministro ou pelo ministro da Defesa. Também a formação de inspetores “deve ser revista”.

  • Boa tarde. É esta sexta-feira apresentado o relatório preliminar dos seis meses da Comissão de Inquérito ao caso de Tancos. O Observador vai acompanhar em direto a apresentação do relatório por parte do deputado socialista Ricardo Bexiga, relator da Comissão. De seguida os partidos deverão pronunciar-se sobre as conclusões. Há ou não responsabilidades políticas no caso?

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