Depois do empate a abrir o Campeonato no Pavilhão João Rocha, o Sporting conseguiu ser superior nos dois dérbis seguintes, na Luz para o Campeonato (4-1) e em Alvalade a contar para as meias da Liga Europeia (5-4). Pelo meio e depois, o FC Porto foi campeão nacional, os leões voltaram a ganhar o título europeu 42 anos depois e as águias, que trocaram de treinador a meio da época (Pedro Nunes saiu, Alejandro Domínguez entrou), terminaram com a maior distância dos últimos anos em relação ao primeiro lugar e tinham como único objetivo possível alcançarem a Taça de Portugal. Não falharam: numa das melhores exibições da temporada, os encarnados golearam o Sporting por 7-3 e ficaram apurados para a final com a Oliveirense.

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Os leões, que tinham em Pedro Gil uma ausência de vulto (sobretudo nos jogos grandes o espanhol continua a ser o motor da equipa, como se viu na Final Four da Liga Europeia), entraram melhor e tiveram em Ferrant Font a principal figura nos minutos iniciais: depois de ganhar uma bola a Nicolia que valeria o azul ao argentino por falta quando o espanhol ia arrancar isolado para a baliza, o número 4 inaugurou o marcador de livre direto (6′) e foi fundamental no 2-0 apenas dois minutos depois, numa saída rápida com assistência para Platero antes de Pedro Henriques, com a baliza fora do sítio, não travar o desvio.

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Nesse mesmo oitavo minuto, Toni Pérez viu azul por falta sobre Diogo Rafael, Lucas Ordoñez não conseguiu marcar o livre direto e seria preciso uma paragem do técnico Alejandro Domínguez para haver outro tipo de movimentações na situação de power play, que resultou no 2-1 apontado por Carlos Nicolía com muitas culpas de Ângelo Girão à mistura (10′). O golo fez bem à equipa encarnada, que ganhou um novo ânimo para o encontro e chegou mesmo ao empate três minutos depois, com outra assistência do também inspirado Nicolía para Vieirinha tornear o guarda-redes leonino e empurrar para o 2-2.

Depois de uma vantagem de dois golos, o Sporting viu tudo voltar à estaca zero num ápice e teve dificuldades em reentrar no jogo, deixando que as emoções e os protestos levassem a melhor como aconteceu aos 17′, quando Raúl Marin viu um duplo azul após uma falta sobre Ordoñez que motivou muitos protestos por parte dos jogadores e do banco verde e branco. Jordi Adroher foi o escolhido para a conversão desse livre direto e não perdoou, assinando a reviravolta no marcador e beneficiando ainda da vantagem numérica no rinque, aproveitada por Ordoñez para fazer o 4-2 a três minutos do intervalo.

O encontro continuava com um ritmo de loucos e muitos protestos das hostes leoninas, então por uma grande penalidade (com azul) por assinalar por falta clara de Nicolía sobre Ferrant Font na área com o stick que ficou por assinalar, mas uma falta de Adroher sobre Ferrant Font valeu também cartão azul ao número 7 das águias e um livre direto onde o espanhol voltou a ser superior a Pedro Henriques, marcando em habilidade o 4-3 dentro de um último minuto antes do intervalo que teria ainda mais um golo, com Nicolía a bater de primeira num livre direto após a décima falta do conjunto de Paulo Freitas que o argentino aproveitou da melhor forma para levar o encontro para o descanso com dois golos de diferença.

No segundo tempo, com o ritmo da partida a baixar de forma natural não só pelo desgaste dos 25 minutos iniciais mas também pelo calor que se fazia sentir em Oliveira de Azeméis, o Sporting até entrou melhor e andou perto do 5-4 em mais do que uma ocasião mas seria o Benfica a chegar ao 6-3 num grande golo de Lucas Ordoñez, a rodar fora da área para disparar um autêntico míssil ao ângulo da baliza de Girão (31′). Os minutos foram passando, com os leões a revelarem cada vez menos crença (e arte) para promoverem mais uma reviravolta no marcador e seriam mesmo as águias, numa grande penalidade muito duvidosa bem marcada por Nicolía, a fazerem o 7-3 final entre várias oportunidades falhadas pelos dois conjuntos, entre as quais um livre direto de Ferrant Font e uma grande penalidade de Raúl Marin que Pedro Henriques conseguiu defender.

No outro encontro desta Final Four, que foi jogada antes do dérbi, a Oliveirense, que organiza esta fase decisiva da competição, venceu o Riba D’Ave por 4-2, depois de sair a perder ao intervalo por 1-0 com golo de Hugo Azevedo logo aos 3′. Jorge Silva (34′), Marc Torra (que regressou em grande à competição depois de um problema cardíacos, 39′ e 45′) e Jordi Bargalló (46′) deram a volta ao resultado depois de Miccoli ter de novo adiantado os visitantes (39′).