Dos 2.589 condutores que cometeram infrações graves em 2018, menos de metade (1.027) escolheu frequentar uma ação de formação para não ter de entregar a carta de condução. O número tem vindo a descer nos últimos anos, refere o Diário de Notícias, e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) não consegue encontrar uma explicação para estes dados, que podem significar que muitos condutores estão, neste momento, em incumprimento.

De acordo com o Diário de Notícias, em 2013, havia 11.095 inscrições em ações de formação. O número caiu drasticamente em 2016, quando se registaram apenas 1.605. Um ano depois, apenas 341 condutores optaram por esta hipótese que impede que tenham de perder a carta. Anabela Almeida, coordenadora da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), responsável pelos cursos, confessou ao Diário de Notícias ter dificuldades em compreender a diminuição nos números.

“Os autos de contraordenações graves são na ordem dos 200 mil por ano, e temos apenas pouco mais de mil inscritos. Parece-me muito pouco, se compararmos com outros anos”, afirmou a responsável, admitindo a hipótese de alguns dos condutores terem impugnado a decisão. Nesses casos, o “processo segue para tribunal, o que leva algum tempo. Mas nada explica esta diminuição tão acentuada”.

Segundo os dados adiantados ao Diário de Notícias pela ANSR, que também admitiu não ter qualquer explicação, 54% (1.386 condutores) dos infratores aos quais foi dada a hipótese, no passado, de frequentar um curso está “a aguardar a frequência da ação de formação ou já estão em incumprimento”. Do número total de infratores registados em 2018, 30% (788) frequentou a ação de formação e 16% (415) entregou “o título de condução para cumprimento da inibição”.

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