Depois de o ex-secretário-geral do Podemos em Madrid, Ramón Espinar, ter pedido para que a Assembleia Cidadã se reunisse rapidamente para decidir o futuro de um partido que considera “fracassado” e renovar a sua direção, o Podemos não deverá adiantar esta reunião, que só esta agendada para 2021. O partido liderado por Pablo Iglesias começa a enfrentar algumas críticas internas que se intensificaram com o resultado eleitoral de domingo, dia 26 de maio.

Segundo o El País, o Podemos mantém o plano delineado nas eleições legislativas de formar um governo de esquerda com o PSOE por ser “o importante e o responsável”, resumiu Noelia Vera, deputada e membro da liderança do Podemos. Com estas palavras, o círculo mais próximo de Iglesias deu a polémica por encerrada e será este sábado que o partido vai dar uma resposta mais direta, durante o Consejo Ciudadano Estatal (uma reunião dos principais responsáveis do partido). Será também aí que a liderança do Podemos vai ter de enfrentar os críticos e analisar as causas que levaram o partido a perder mais de um milhão de votos nas eleições gerais e mais de 800 mil nas autónomas e municipais.

Os principais opositores de Iglesias estão na delegação de Andaluzia, através das vozes de Teresa Rodríguez e Nacho Escartín, secretário-geral em Aragão. As críticas de Ramón Espinar à liderança de Iglesias podem ser um sinal de que há mais oposição dentro do partido, ainda que não seja conhecido mais nenhum apoio explícito à saída de Iglesias. “Primeiro há que debater e aprofundar, estudar os dados e corrigir, e depois será determinado quem são as pessoas que melhor podem desempenhar estas tarefas”, sublinhou o porta-voz Pablo Pérez Ganfornina, citado pelo jornal espanhol.

Nas críticas que fez a Pablo Iglesias, Ramón Espinar acusou a direção do Podemos de querer eliminar “a pluralidade dos porta-vozes” e de querer impingir no partido a “homogeneidade das mensagens, discursos e perfis”, ignorando “o compromisso de interpelar diferentes perfis com uma política de alianças eleitorais e de confluências mais desenvolvidas”.

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