O futuro do setor petrolífero em Angola começa esta terça-feira a ser discutido em Luanda na conferência “Oil & Gas”, oportunidade em que o Governo angolano pretende fazer negócios e vai pré-anunciar o Concurso de Licitação de Blocos Petrolíferos.

A conferência, que traz a Angola cerca de 500 gestores e especialistas mundiais do setor, será oficialmente aberta pelo Presidente angolano, João Lourenço, prevendo-se que, durante os três dias de trabalhos, que terminam quinta-feira, sejam assinados os contratos de adjudicação e empreitada para a construção da Refinaria de Cabinda e da Unidade de Produção de Gasolina na de Luanda.

O evento é organizado pela Africa Oil & Power (AOP), tendo como parceiros a Câmara de Energia Africana, a Corporação da Aliança para o Desenvolvimento dos Investimentos Africanos e a Associação Internacional de Empreiteiros Geofísicos, o Business France, o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleo, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPGB) e a petrolífera Sonangol, entre outras entidades.

Segundo a organização, o “Angola Oil & Gas 2019” reúne no Centro de Convenções de Talatona, a sul da Luanda, decisores mundiais do petróleo e gás, e pretende assinalar o início de uma nova era do setor em Angola, sobretudo depois da criação da ANPGB, que pôs termo ao monopólio da Sonangol no país.

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Entre os participantes estão membros de governos dos países produtores de petróleo, altos responsáveis de instituições internacionais, executivos de topo das principais petrolíferas e distribuidoras mundiais.

No evento participam várias das maiores companhias energéticas do mundo como a Total, Chevron, ExxonMobil, BP, ENI e Equinor, que farão deslocar a Luanda os seus executivos de topo.

“A conferência será a maior convenção de investimentos na indústria de petróleo e gás do continente africano em 2019 e irá abranger todo o espetro da indústria de energia com apresentações, debates, exposições, encontros, “networking” e promoção de investimentos”, indica a organização.

Entre os diversos temas em análise destacam-se a nova dinâmica que o executivo de Angola está a introduzir no setor do petróleo e gás, as novas regras de concursos de licitação de blocos petrolíferos, o papel da nova ANPGB, a reestruturação do modelo de “upstream”, o processo de regeneração da Sonangol, o papel das mulheres na indústria energética, as novas formas de financiamento ajustadas à realidade cambial de Angola e o mercado do gás natural e as oportunidades de investimento e participação de empreendedores angolanos.

O “Angola Oil & Gás 2019” será aproveitado pelo Governo angolano para anunciar o vencedor do contrato para a a construção da unidade de produção de gasolina da refinaria de Luanda, assim como da assinatura do acordo de parceria para a construção da refinaria de Cabinda.

No primeiro dia dos trabalhos, além da intervenção de abertura de João Lourenço, o presidente do Conselho de Administração da ANPGB, Paulino Jerónimo, vai anunciar os resultados preliminares da primeira ronda de licitações de novos blocos petrolíferos.

A conferência pretende debater as tendências mundiais do “oil & gás” e funcionar como plataforma para a atração de investimento para Angola, numa altura em que o país mudou o quadro regulatório do setor e se prepara para criar novas zonas de exploração de hidrocarbonetos, com o lançamento, até 2025, de 56 concessões petrolíferas.

Entre os oradores confirmados, estão os ministros dos Petróleos e Minas da Guiné Equatorial, Gabriel Mbaga Obiang Lima; Sudão do Sul, Ezekiel L Gatkuoth, e do Níger, Foumakoye Gado, bem como outros responsáveis políticos internacionais.

O evento conta também com intervenções de representantes da banca nacional e internacional, além das de câmaras de comércio, agências de energia e diplomatas, entre outros.

Segundo a organização, o evento conta com a credenciação de mais de uma centena de jornalistas de órgãos de comunicação social mundiais.