Nürburgring, o mítico circuito alemão em que todos os desportivos se comparam, na esperança de conseguir um melhor tempo por volta que lhes permita alegar serem melhores do que a concorrência, acolhe regularmente o que de melhor se produz na indústria automóvel. Motores potentes, com sistemas de sobrealimentação sofisticados para conseguir extrair mais umas dezenas de cavalos, aliados a carroçarias construídas com materiais mais nobres, para poupar uns quilos, são visitas constantes no anel norte (Nordschleife) da retorcida pista germânica, com 20,8 km (e 156 curvas) de extensão.

Se a esmagadora maioria dos veículos persegue a melhor volta cronometrada no Nordschleife, este não era o caso do tuk-tuk que recentemente mediu forças com o traçado alemão. No limite, conseguiria ser o triciclo motorizado mais rápido, isto se corresse tudo bem e o veículo conseguisse digerir as subidas mais inclinadas.

O tuk-tuk em causa foi importado da Tailândia há cerca de três anos. Estamos pois perante não uma versão destinada à Europa, já com motor a quatro tempos menos poluente, mas sim os originais modelos com motores a dois tempos que atemorizam automobilistas e peões no país asiático, poluindo tudo à sua volta, pois à gasolina ainda por queimar junta-se um excesso de óleo queimado.

A equipa que tentou o recorde em Nürburgring era composta por um dos elementos ‘disfarçado’ de piloto, uma espécie de Stig do programa de televisão Top Gear. Os restantes dois elementos do team desempenhavam o papel de passageiros, acomodados lá atrás, num veículo que tem tudo para ser péssimo a curvar, sendo alto e estreito.

Depois de realizar uma volta em 31 minutos, 49 segundos e 46 centésimos, sensivelmente uma eternidade, a equipa confessou que o tuk-tuk se revelou “dançarino e instável durante os 20,8 km, realizando algumas das curvas em apenas duas rodas”. E admitiram que estavam decididos a “não repetir a experiência de forma alguma”.