A visita de Donald Trump ao Reino Unido está a ser marcada pelas comemorações do “dia D”, momento decisivo para a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial. Numa entrevista lateral, no programa “Good Morning Britain”, o jornalista Piers Morgan questionou Trump sobre uma outra guerra, a do Vietname, e perguntou-lhe se o presidente norte-americano gostaria de ter servido o seu país nesse conflito. Trump começou por dizer que, “para ser honesto”, “nunca” foi “fã dessa guerra“. E acrescentou: “Pensava que era uma guerra terrível, que estava muito longe, e ninguém nunca tinha ouvido falar do Vietname até aquele momento.”

Trump justifica na entrevista que lutar na guerra do Vietname “não era como lutar contra a Alemanha nazi” e que tal como muitas pessoas — apesar de “não marchar nas ruas contra a guerra” nem de “fugir para o Canadá, como muitos fizeram” — nunca foi “fã desta guerra”. Piers Morgan insistiu em perguntar a Trump se teria gostado de representar o país caso não fosse considerado inapto, ao que o presidente norte-americano respondeu: “Eu não me importaria, e tê-lo-ia feito de forma honrada, mas tento compensar [o facto de não ter feito serviço militar] isso agora.”

Piers Morgan lembrou o impedimento físico que levou Trump a escapar ao serviço militar. Os EUA fizeram duas grandes lotarias durante a Guerra do Vietname para determinar a ordem de chamada dos jovens norte-americanos para servirem as forças armadas. Durante vários anos Donal Trump disse que escapou do serviço militar por uma questão de sorte. Mas o The New York Times, numa investigação publicada em agosto de 2016, divulgou documentos que comprovam que Trump teve cinco dispensas do serviço militar: quatro por estar a estudar e uma delas por ter um problema no calcanhar (uma proeminência óssea).

Morgan perguntou também a Trump o porquê da Casa Branca ter pedido para a Marinha esconder um navio de guerra que tem o nome do senador John McCain (que foi dos maiores críticos republicanos da presidência de Trump) durante a visita que o presidente dos EUA fez ao Japão há duas semanas. Trump negou: “Não tenho a certeza que isso tenha acontecido”. Isto apesar de tanto o chefe de gabinete da Casa Branca como oficiais da Marinha terem confirmado que houve um pedido para esconder o navio.

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