“Foxtrot”

Autor do fabuloso “Líbano” (2009), todo passado no interior de um tanque israelita em combate no Líbano, Samuel Maoz filma em “Foxtrot” uma família afluente de Telavive à qual chega a notícia de que o filho, a fazer o serviço militar num posto fronteiriço remoto, foi morto. O pai, um prestigiado arquiteto, entra em desespero, a mãe tem que ser sedada. Mas afinal houve um terrível engano, quem morreu foi outros soldado com um nome igual. E o pai exige que o filho volte para casa, com a mesma fúria com que antes exigia ver o corpo. Rodado num país em estado de guerra permanente, e no seio de uma família que entra em colapso por causa de uma baixa dessa guerra que a atinge em cheio, “Foxtrot” é mais um filme sobre o profundo mal-estar que assalta uma certa, e importante, fatia da sociedade israelita contemporânea (urbana, com posses, secular, liberal), que exprime os mesmos sentimentos e transmite as mesmas angústias que o recentemente estreado “Sinónimos”, de Nadav Lapid, mas sem o radicalismo formal e ideológico deste, e com muito mais virtuosismo, sensibilidade e inteligência narrativa e cinematográfica.

“X-Men: Fénix Negra”

Depois de “X-Men: Apocalipse” (2016), os mutantes com super-poderes são agora heróis nacionais e levam a cabo missões cada vez mais perigosas. Durante uma delas, de salvamento no espaço, uma anomalia solar afeta Jean Gray (Sophie Turner), fazendo-a desenvolver poderes incríveis que a corrompem e transformam na destruidora Fénix Negra. O professor Xavier (James McAvoy) e os X-Men têm que decidir se se juntam para a eliminar, ou se a vida de um membro do grupo é mais valiosa do que a existência de toda a humanidade, agora ameaçada pela Fénix Negra. Mas enquanto o fazem, surge uma entidade extraterrestre que começa a manipular Jean Gray. Este novo filme dos X-Men é assinado, em estreia, por Simon Kinberg, que já tinha sido argumentista de outros títulos desta série, e assinala a primeira participação de Jessica Chastain num título da Marvel.

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“Árctico”

Realizado pelo brasileiro Joe Penna, que começou como “YouTuber”, este filme de sobrevivência tem Mads Mikkelsen no papel de Overgard, o piloto de um avião que se despenha nos gelos do Ártico. Overgard vai ter que decidir se vai esperar por auxílio e entretanto esgotar os meios de sobrevivência de que dispõe, ou meter-se a caminho por aquela região inóspita até chegar a um sítio habitado. E tem que decidir rapidamente, porque tem consigo uma mulher gravemente ferida, única sobrevivente da queda do helicóptero que o vinha resgatar. Penna filma muito bem as imensidões árcticas em ecrã rasgado e Mikkelsen tem o ar muito batido e o físico ideais para interpretar o corajoso e persistente Overgard, muito embora “Árctico” não consiga senão repetir os lugares-comuns dos “survival movies”, mesmo até ao salvamento “in extremis”.

“A Vida Secreta dos Nossos Bichos 2”

Em equipa que ganha não se mexe (mesmo que seja uma equipa de bichos animados digitalmente). E “A Vida Secreta dos Nossos Bichos 2”, de novo realizado por Chris Renaud, agora coadjuvado por Jonathan del Val, mantém intacta toda a trupe do primeiro filme, datado de 2016, com muito poucas alterações, enquanto melhora e vai mais longe em termos de história, e ainda com mais sentido de humor. Agora, Katie, a dona do afável cãozinho Max e do grande e peludo Duke, é casada e mãe de um menino, Liam, que Max protege para lá da devoção natural de um canídeo pelo seu dono mais pequeno, ao ponto de ficar com um tique nervoso. Enquanto Max e Duke vão viver uma aventura no campo, as restantes personagens vão meter-se em confusões na cidade. “A Vida Secreta dos Nossos Bichos 2” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.