Na última vez em que Portugal e Holanda, os dois finalistas da primeira edição da Liga das Nações, se encontraram, por sinal num jogo particular que serviria sobretudo para Fernando Santos tirar as poucas dúvidas que teria ainda antes de esboçar a lista de 23 jogadores para o Campeonato do Mundo de 2018 que iria apresentar menos de dois meses depois, tudo o que podia ter corrido mal à Seleção Nacional na primeira parte correu ainda pior e o 3-0 para os visitantes ao intervalo acabou por ficar como resultado final. História é história, vale o que vale, e ressalta também desse encontro em Genebra que apenas dois elementos foram titulares esta quarta-feira frente à Suíça (Bruno Fernandes e Ronaldo). No entanto, e olhando para o histórico de confrontos entre as duas seleções, este é um dos poucos ângulos em que a formação laranja tem vantagem.

Mais do que Promes(sa), é uma certeza: a era de Van Dijk veio para ficar (a crónica do Holanda-Inglaterra)

Os confrontos no global desde 1990: 13 jogos, sete vitórias

Um golo de Rui Águas, nas Antas, em outubro de 1990, decidiu a favor de Portugal o primeiro jogo de sempre contra a Holanda, na altura a contar para a fase de qualificação para o Europeu de 1992. Quase um ano depois, Richard Witschge apontou o único golo em Roterdão também para o grupo 6 de apuramento e o saldo ficou igual. No entanto, quase três décadas depois, a balança acabou por desequilibrar para o lado nacional, com um total de sete vitórias e quatro empates em 13 jogos realizados.

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Ainda nessa década de 90, houve mais três encontros particulares entre ambos: Oceano e César Brito decidiram em Faro (1992, 2-0); Pedro Barbosa apontou o único golo em Eindhoven – por sinal, o melhor ao serviço da Seleção, com um remate em arco de meia distância (1995, 1-0); e houve empate a zero no Parque dos Príncipes, em Paris (1999). As duas equipas iriam mais tarde cruzar-se na qualificação para o Mundial de 2002, com vitória nacional em Roterdão (Sérgio Conceição e Pauleta, 2-0 em 2000) e empate a dois nas Antas graças a uma grande penalidade de Luís Figo já em período de descontos (2001). Em 2003, mais um particular de preparação para o Euro-2004 em Eindhoven, com uma igualdade a um (Kluivert e Simão).

A partir daí, e entre 2004 e 2012, Portugal e Holanda só se defrontaram em fases finais, com triunfos nacionais em Alvalade por 2-1 (2004), em Nuremberga por 1-0 (2006) e em Kharkiv por 2-1 (2012). Seguiram-se um empate no Estádio do Algarve em 2013 (Ronaldo e Strootman) e a supracitada derrota por 3-0 em Genebra, ambos em jogos de carácter particular.

Os confrontos em Portugal: sem derrotas em cinco jogos

Entre encontros oficiais e jogos particulares, Portugal recebeu cinco vezes a Holanda em cidades e estádios diferentes do seu país mas com um ponto em comum: nunca perdeu. Ao todo, e em cinco partidas desde 1990, a Seleção ganhou nas Antas na qualificação para o Europeu por 1-0 (1990), ganhou em Faro num particular de preparação por 2-0 (1992) e ganhou em Alvalade na meia-final do Campeonato da Europa por 2-1 (2004), somando ainda empates a dois nas Antas no apuramento para o Mundial (2001) e a um no Estádio Algarve (2013), naquele que foi o último encontro realizado entre ambos em Portugal.

No próximo domingo, Portugal tentará confirmar a tendência pela sexta vez, com uma outra particularidade: se é verdade que a Seleção Nacional perdeu uma das duas finais disputadas em grandes competições (derrota em 2004 com a Grécia por 1-0, vitória em 2016 frente à França por 1-0, ambas no Europeu), a Holanda tem um registo bem mais negativo, com apenas um triunfo (2-0 à União Soviética, no Europeu de 2008) em quatro jogos decisivos, tendo perdido no Mundial de 1974 (2-1, RFA), no Mundial de 1978 (3-1 após prolongamento, Argentina) e no Mundial de 2010 (1-0 após prolongamento, Espanha).

Os confrontos em fases finais: três jogos, três vitórias

Se o saldo é bom em termos históricos nas 13 partidas entre Portugal e Holanda e se melhora ainda olhando apenas para os jogos realizados em território nacional, o rendimento é ainda maior quando se atenta nos encontros a contar para fases finais de grandes competições europeias e mundiais, como aconteceu em três ocasiões entre 2004 e 2012.

Na meia-final do Euro-2004, e depois de uma noite épica com a Inglaterra decidida apenas nas grandes penalidades, Ronaldo inaugurou o marcador em Alvalade e Maniche aumentou a vantagem num golo que nem passou em direto na TV, tamanha foi a espontaneidade de remate do médio que estava então no FC Porto, antes de um autogolo de Jorge Andrade fazer o 2-1 final. Dois anos depois, num duelo que ficou conhecido como “A Batalha de Nuremberga” pelas expulsões de Costinha, Boulahrouz, Deco e Van Bronckhorst, Portugal ganhou nos oitavos do Mundial por 1-0 com golo de Maniche. Mais recentemente, na fase de grupos do Euro-2012, Ronaldo bisou (28′ e 74′) e respondeu ao golo inaugural de Van der Vaart (11′) para o 2-1 em Kharkiv.