“Eram pelo menos quatro”. Chris e Melania Geymonat, um casal de mulheres, estavam sentadas num autocarro noturno em direção a Camden Town, em Londres, quando foram surpreendidas por quatro homens que se dirigiram a elas. O que aconteceu a seguir, foi um “um ataque machista, misógino e homofóbico”, nas palavras de Melania. “Começaram a comportar-se como hooligans, exigiam que nos beijássemos para que se divertissem a ver, chamaram-nos lésbicas e descreveram posições sexuais”, contou a mulher de 28 anos numa publicação que fez no Facebook a explicar a situação, acrescentando que o casal se recusou a beijar em frente ao grupo.
Melania explicou que “para acalmar os ânimos” começou a fazer piadas. “Pensei que talvez isto os afastasse”, comentou, sublinhando ainda que os quatro rapazes continuavam a assediar o casal “e estavam cada vez mais entusiasmados”. A jovem recorda “Chris no meio do autocarro a lutar contra eles”, com a cara ensanguentada. A última coisa que Melania se lembra é de “levar um murro”. “Fiquei tonta ao ver o meu sangue e caí para trás. Não me lembro se perdi ou não a consciência”.
De repente, o autocarro parou, a polícia estava lá e eu estava a sangrar. As nossas coisas também foram roubadas. Ainda não sei se o meu nariz está partido e ainda não fui capaz de regressar ao trabalho”, confessou ainda a jovem.
As duas mulheres foram encaminhadas para o hospital e por volta das 17h00 desta sexta-feira, a Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) confirmava ter efetuado detenções, avançando no entanto que as investigações continuariam em marcha.
Entretanto, e no seguimento do episódio, vão sendo conhecidas reações. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corby, já veio reagir ao caso e classificou-o de “absolutamente chocante”, apelando à solidariedade “com toda a comunidade LGBT por tudo o que enfrentam simplesmente por serem eles mesmos”.
Absolutely shocking. We must not, and will not, accept this homophobic and misogynist violence in our society. Solidarity to Melania and Chris, and to all in the LGBT+ community for everything they endure for simply being who they are.https://t.co/C4t7lxrr0M
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) June 7, 2019