O novo Conselho de Administração (CA) do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto manifestou esta sexta-feira disponibilidade para colaborar com as autoridades judiciais no âmbito da Operação “Teia”, que constituiu arguido o anterior presidente, Laranja Pontes.

No dia seguinte ao professor e investigador Rui Manuel Ferreira Henrique ter sido designado pelo Governo presidente do IPO, a instituição emitiu um comunicado em que dá conta das suas prioridades.

Referindo-se ao processo judicial em curso o CA assegurou que “prestará toda a colaboração com as autoridades judiciais no sentido do apuramento total e completo da verdade dos factos”.

Sobre o seu funcionamento corrente, o instituto “continuará a assegurar criteriosamente todas as necessidades assistenciais com absoluta normalidade, e como tem sido sua prática de excelência desde há 45 anos”.

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Sublinhando ser “uma instituição de referência nacional no tratamento do cancro que se regula por uma estrutura de valores irrepreensíveis como a integridade, qualidade e eficiência”, o CA quer manter a “missão contínua de contribuir para a diminuição da mortalidade por cancro e melhoria da prestação de cuidados de saúde a doentes oncológicos”.

“O instituto continuará a apostar no exercício profissional exemplar, evidência científica, competência e na humanização dos cuidados de saúde sempre com o objetivo de trazer nova esperança aos seus doentes”, refere ainda o comunicado.

O anterior presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, estava em gestão corrente há cerca de dois anos e meio, devido à limitação do número de mandatos, aguardando pela indicação de substituto.

Laranja Pontes, de 68 anos, especialista em cirurgia plástica, reconstrutiva e estética, era presidente do Conselho de Administração do IPO/Porto desde 31 de dezembro de 2005.

Foi detido no dia 29 de maio no âmbito da operação “Teia”, relacionada com “viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto”, segundo um comunicado da Polícia Judiciária.

Laranja Pontes, que se reformou no sábado, saiu em liberdade nesse mesmo dia após o pagamento de uma caução de 20 mil euros, informou fonte judicial.

No âmbito da mesma operação foram detidos pela Polícia Judiciária os presidentes das câmaras de Barcelos, Miguel Costa Gomes, e de Santo Tirso, Joaquim Couto, bem como a empresária Manuela Couto, mulher do autarca tirsense, e administradora da W Global Communication, que já tinha sido constituída arguida em outubro, no âmbito da operação Éter, relacionada com o Turismo do Norte.