Cerca de 44% dos 307 alunos da Área Metropolitana do Porto (AMP) envolvidos no Movimento Transformers (MT) diminuíram no ano letivo 2017/18 a retenção descolar, refere um estudo da Faculdade de Psicologia.

Segundo a página da associação, o MT é “um movimento nacional de voluntariado que tem como missão aumentar o envolvimento das pessoas nas suas comunidades, através daquilo que estas mais gostam de fazer”, contando com “mais de 300 mentores voluntários (52 a participar ativamente), em 22 cidades por todo o país”.

Os “Transformers” atuam, sobretudo, em “Escolas de Superpoderes” através da iniciativa “Trilhos para a inovação educativa”, daí resultando o estudo da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) que envolveu 307 alunos de 17 turmas de todos os municípios da AMP, refere o comunicado do MT.

O estudo decorreu em 2017/2018 e revela “que os alunos que participaram no projeto diminuíram em 44,3% a retenção escolar” bem como que a taxa destes “com pelo menos uma classificação negativa diminuiu 20%”, num conjunto de resultados que mostra também “um aumento de 30%” na taxa de estudantes “sem resultados negativos”.

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Para a obtenção destes números, refere o comunicado, contribuiu o facto de “96% das pessoas que entraram nos Transformers continuou a fazer voluntariado no ano seguinte”.

Ainda assim, refere a diretora executiva do MT, Joana Moreira, “Portugal continua a ser um dos países da União Europeia com piores índices de participação cívica e social no World Giving Índex”, cifrando-se em “2018 nos 28%”, o que faz do país o “83.º no ranking mundial”.

“Continuamos a acreditar que as pessoas não se envolvem não porque não querem, mas porque ainda não encontraram a sua forma efetiva de fazerem a diferença”, explicou a responsável.

Formado por mentores voluntários com idades entre os 16 e 64 anos, o MT “quer transformar o mundo, potenciando os talentos de cada pessoa” e pela associação, refere a nota de imprensa, “já passaram poetas, músicos, bailarinos, bboys (bailarinos), skaters, futebolistas, chefs, programadores, pintores, lutadores, ciclistas, inventores e muitos mais”.

“Com a nossa metodologia de voluntariado as pessoas envolvem-se para partilharem o que mais gostam de fazer, e isso faz com que estejam altamente motivadas em todo o processo. São também os nossos aprendizes que escolhem aquilo que querem aprender e, por isso, o impacto é tão grande”, acrescentou Joana Moreira.

Com sede no Porto, o Movimento conta com cerca de 50 voluntários e 600 aprendizes, e desenvolve as suas atividades em regime regular em 22 municípios portugueses, informa ainda a nota de imprensa.