Mais de três mil famílias da zona do Six-Mile, no bairro Ndunda, arredores da Beira, passam a consumir água potável fornecida por meio de uma estação móvel de tratamento, uma doação da Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL).

“O sistema vai abastecer água a mais de três mil famílias. A água desta lagoa não seca, o que significa que os beneficiários terão doravante água 24 horas diários”, disse Altino Mavile, diretor do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG).

O sistema, orçado em cerca de meio milhão de euros, foi inaugurado pelo governador de Sofala, Alberto Mondlane, e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética português, João Pedro Matos Fernandes.

A estacão móvel veio de Portugal, no âmbito da solidariedade para com as vítimas do ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em março, causando 604 mortos e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.

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“O sistema funciona como outras estações de tratamento de água, comportando a captação, decantação, pré-tratamento e tratamento de água que depois é fornecida, já potável, à população”, explicou a fonte.

Uma parte do investimento é da EPAL (que disponibilizou a estação móvel de tratamento) e outra parte do FIPAG, que desembolsou 8 milhões de meticais (117 mil euros), usados para aquisição do gerador, montagem da rede de abastecimento numa extensão de 1,5 quilómetros.

“Nesta primeira fase, as pessoas terão água gratuita, mas será criada uma comissão para velar pelo sistema e numa segunda fase o FIPAG estudará as capacidades financeiras de cada beneficiário para o pagamento do consumo da água. A tarifa dos fontanário é social. É preciso saber que há custos incluídos no tratamento, produtos químicos e energia”, disse Mavile.

Falando durante a inauguração, João Pedro Matos Fernandes frisou, por seu turno, que o sistema foi montado e “para servir as comunidades”, às quais apelou para o uso sustentável do recurso.

“A entrega deste sistema demonstra a solidariedade do povo português para com as vítimas do Idai”, concluiu João Pedro Matos Fernandes.

Pouco tempo depois da passagem do Idai, Moçambique voltou a ser atingido por um segundo ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, que matou 45 pessoas e afetou outras 250.000.