Todos os deputados votaram a favor da vinda de Armando Vara, recusando assim o pedido de escusa recebido na sexta-feira. Os serviços da comissão de inquérito da Caixa analisaram o pedido e os argumentos invocados pelo antigo dirigente socialista para não ir ao Parlamento. Vara está detido desde janeiro deste ano, depois da condenação no caso Face Oculta ter transitado em julgado após vários recursos.

No entanto, consideraram que, tal como  aconteceu no caso de Joaquim Barroca, ex-presidente do Grupo Lena, Armando Vara pode invocar o segredo de justiça quando for questionado sobre factos pelos quais foi constituído arguido e acusado no processo Operação Marquês.

A falta de informação atualizada também invocada pelo antigo gestor da Caixa — Vara não pode ir à sede do banco consultar os processos — também não foi considerado um argumento suficiente por parte dos serviços do Parlamento, adiantou o presidente da comissão de inquérito, Leite Ramos. A audição está agendada para o dia 14 de junho, próxima sexta-feira.

Armando Vara pede para não ir à Comissão da Caixa. Está preso, não se consegue preparar

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Duarte Pacheco do PSD defendeu que a audição deve ser mantida. Admitiu que a escassez de informação útil invocada por Vara é pertinente, mas recordou que essa situação afeta outros antigos administradores da Caixa. E manifestou a expetativa de que a memória de Vara esteja melhor do que a de outras pessoas que estiveram na comissão e que mesmo com documentos não se lembram nada.

Foram entretanto calendarizadas mais audições, nomeadamente a de Vítor Constâncio, que ficou marcada para o dia 18 de junho. O antigo governador do Banco de Portugal volta ao Parlamento depois de terem sido revelados documentos que mostram como supervisor bancário sabia que Joe Berardo ia ser financiado pela Caixa Geral de Depósitos quando autorizou o aumento da sua participação no BCP.

Para o mesmo dia ficou para agendada a segunda audição de Pedro Duarte Neves, que era o responsável pela supervisão bancária no BdP na altura.  Para o dia 17, ficou marcado o regresso de Faria de Oliveira, presidente da Caixa entre 2008 e 2012, e o antigo diretor de grandes empresas, Cabral dos Santos. A fechar para já o calendário de audições ficou Fernando Teixeira dos Santos para dia 19.

Atualizado às 12.45 com marcação de mais audições.